Proprietários de restaurantes e bares têm sido alvo de estelionatário que usa o nome da Vigilância Sanitária para cobrar taxa indevida. Um homem oferece a publicidade do estabelecimento no Manual de Boas Práticas do Manipulador de Alimentos, material informativo do órgão público, por R$ 180.
A Vigilância Sanitária recebeu ligações de donos de restaurantes e bares perguntando sobre a cobrança. “Trata-se de golpe. Recebemos uma ligação no final do ano passado e duas recentemente. Uma das pessoas pagou o homem e ligou para a Vigilância Sanitária depois, perguntando quando saía a publicação”, comenta Ana Valéria de Almeida Carli, chefe da Vigilância Sanitária de Alimentos de Curitiba. O manual não tem qualquer vínculo com a iniciativa privada.
Ela ainda esclarece que todo pagamento para a prefeitura ocorre por meio do Documento de Arrecadação Municipal (DAM), que é retirada no núcleo de finanças da administração pública. “Nenhum técnico faz qualquer cobrança ou sai entregando a DAM”, afirma Ana Valéria. A chefe da Vigilância Sanitária de Alimentos recomenda que, se uma pessoa suspeita fizer a abordagem, os funcionários e proprietários de estabelecimentos devem procurar primeiro a Vigilância Sanitária.
Orientações
A Delegacia de Estelionato ainda orienta que as pessoas abordadas pelo golpista façam o registro com boletim de ocorrência. O conselho vale mesmo para quem não pagou pelo serviço inexistente. A Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) vai alertar os proprietários sobre a possibilidade de golpe. “Já tinha ouvido comentários sobre isto, mas até então de forma mais isolada. Pedimos precaução do empresário para que, antes de pagar qualquer valor, entre em contato com o poder público para checar se é verídico”, salienta Fábio Aguayo, presidente da entidade.