Ao agendar a primeira reunião de 2012, integrantes da União Paranaense dos Estudantes (UPE) não imaginavam que o início das atividades da entidade neste ano seria tão tumultuado. Pouco depois de chegarem ao casarão onde fica a sede da UPE em Curitiba no bairro São Francisco, no início da tarde desta segunda-feira (6), os cerca de 30 estudantes que pretendiam participar do encontro foram surpreendidos pela chegada da Guarda Municipal. Os policiais exigiam a saída deles do prédio e alegavam que eles não tinham autorização para utilização do imóvel.

continua após a publicidade

A confusão só foi controlada com a chegada de alguns vereadores, chamados a pedido dos estudantes. O prédio, de propriedade do governo do Estado, foi doado anos atrás à Prefeitura Municipal de Curitiba, que desde então cede o imóvel para utilização dos estudantes por meio de comodato. “Os policiais chegaram pedindo que apresentássemos documentos que comprovassem a posse do imóvel. Tentamos argumentar que estamos em negociação para renovar o comodato, mas eles estavam irredutíveis. Até que chegaram os vereadores e eles saíram dizendo que iam pedir reforços”, contou o ex-diretor da UPE, Willian Scaliante, que também participaria da reunião.

De acordo com ele, desde dezembro o comodato em relação ao casarão está vencido. Os estudantes estariam iniciando, portanto, o processo para renovação da autorização para utilização do imóvel. Depois de saírem do prédio, os policiais da Guarda Municipal ficaram em frente ao local, mas não chegaram a entrar novamente. Os próprios estudantes e vereadores entraram em contato com a Prefeitura para resolver a questão. Por sua vez, a administração municipal alegou, por meio de sua assessoria de imprensa, que o que ocorreu foi um mal-entendido.

Segundo a Prefeitura, o caseiro do casarão não estaria sabendo da chegada dos estudantes e, por não conhecê-los, chamou a Guarda Municipal achando que poderia se tratar de uma ocupação irregular ou ato de vandalismo, pois a diretoria da UPE não tem usado o espaço com frequência. No entanto, Scaliante contestou a explicação da Prefeitura, afirmando que o imóvel tem sido usado para reuniões mais de uma vez por mês e que o funcionário conhece os membros da diretoria.

continua após a publicidade

Para que não haja mais confusões, os vereadores propuseram a criação de uma comissão para negociação sobre o comodato do imóvel. A primeira reunião deve acontecer nesta terça-feira (7) à tarde, com a presença do secretário de Governo, Luiz Fernando Jamur. Para o vereador Jonny Stica, um dos que estiveram no local em solidariedade aos estudantes, a ação da Guarda Municipal foi uma demonstração da falta de respeito da Prefeitura em relação à UPE.

“Os estudantes sempre tiveram direito de usar esse imóvel. Inclusive, participei de uma reunião no ano passado, na qual o Jamur afirmou que não havia qualquer motivação da Prefeitura em retomar o espaço. Portanto, é um retrocesso exigir documentos que comprovem a posse do prédio”, avaliou o parlamentar. A administração municipal, novamente por meio de sua assessoria de imprensa, reforçou que não há intenção de tirar a posse do imóvel das mãos dos estudantes.

continua após a publicidade