Dois funcionários envolvidos no desvio de dinheiro na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) foram exonerados e o terceiro teve a sua aposentadoria cassada. A decisão foi tomada pelo governo do Estado após a instauração de um processo administrativo dentro da instituição, que comprovou o desvio de cerca de R$ 600 mil. Outro funcionário foi suspenso por 90 dias porque sabia da irregularidade e não fez nenhuma denúncia. A UEPG vai entrar na Justiça para tentar conseguir o dinheiro de volta.
A decisão foi publicada no Diário Oficial de 22 de fevereiro e a universidade foi comunicada oficialmente no início deste mês. Foram exonerados: Gabriel Kravchychyn, que ocupava a chefia da divisão financeira, e Darci Santos, chefe da receita. O pró-reitor Nadir Laidane, aposentado desde 31 de agosto de 2002, teve a sua aposentadoria cassada. O auxiliar da sessão de receita, Mauro A. Delabernarda, foi suspenso porque sabia da irregularidade e não fez nenhuma denúncia. Neste período ele vai ficar sem salário.
O reitor da universidade, Paulo Godoy, disse que as irregularidades foram denunciadas em junho de 2003 pela pró-reitoria de administração. Em seguida, foi instaurado um processo administrativo, que só terminou em agosto de 2005. Segundo o reitor, uma perícia realizada nas contas da universidade comprovou o desvio de cerca de R$ 600 mil durante cinco anos.
Depois de concluído, o processo foi enviado para o governo do Estado, que acatou o pedido de demissão, a suspensão da aposentadoria e o afastamento dos funcionários. "Foi um processo claro, com ampla chance de defesa", afirmou Godoy. Neste ínterim, a Assembléia Legislativa do Estado também instaurou uma Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI) para apurar as denúncias.
De acordo com o reitor, o esquema para desviar o dinheiro foi muito bem armado, sendo difícil detectá-lo, porque as contas da universidade pareciam estar em dia. "Eles faziam uma jogada contábil e aparentemente tudo estava certo", comentou. Agora a instituição vai entrar na Justiça para tentar reaver o dinheiro desviado. "É só o prazo para a universidade montar o processo", explicou.
Dentro da UEPG, em outro processo administrativo, foi constatado o pagamento indevido do curso de mestrado para dois professores. Mas de acordo com o reitor, os dois já devolveram R$ 9 mil cada um aos cofres da universidade.


