O amanhecer desta sexta-feira (18) trouxe uma onda de frio intenso para quase todo o Paraná, com 16 municípios registrando as temperaturas mais baixas de julho até agora. A queda brusca nas temperaturas é resultado da passagem de uma frente fria que atravessou o estado na quinta-feira (17), trazendo chuvas isoladas nas regiões Oeste, Sudoeste e Sul, seguida pela chegada de uma massa de ar frio e seco.
O fenômeno da temperatura mínima invertida marcou a quinta-feira, quando os termômetros atingiram seus valores mais baixos durante a noite, e não ao amanhecer como normalmente acontece. Em algumas cidades, o declínio térmico foi drástico: Altônia viu os termômetros despencarem de 22,5°C à meia-noite para apenas 9,6°C às 22h. Cenário semelhante ocorreu em Santa Helena (de 20°C para 10,4°C), São Miguel do Iguaçu (de 21,2°C para 8,9°C) e Ubiratã (de 18,4°C para 8,5°C).
Nesta sexta, o dia começou gelado em praticamente todo o estado, com temperaturas inferiores a 10°C – apenas o Norte Pioneiro e o Litoral foram poupados momentaneamente, mas também devem sentir o resfriamento ao longo do dia. Palotina liderou o ranking do frio com impressionantes 1,1°C, seguida por Ponta Grossa (3,1°C) e Palmas (3,4°C). Na capital paranaense, os termômetros registraram queda de 7,4°C para 6,9°C apenas no intervalo entre 6h e 8h da manhã.
“Em média, o dia começou com temperaturas entre 5°C e 6°C medidas nos termômetros, mas o vento tem contribuído para deixar a sensação térmica num valor em torno de até 4°C abaixo desses valores. E mesmo ao longo da sexta-feira não esquenta muito. As temperaturas máximas não ultrapassam a casa de 20°C em grande parte do Paraná”, ressalta Lizandro Jacobsen, meteorologista do Simepar.
Apesar do frio intenso, os registros ainda não superaram as mínimas históricas de 24 e 25 de junho, quando praticamente todo o estado enfrentou as temperaturas mais baixas do ano. Mesmo assim, 16 cidades bateram seus próprios recordes de frio para julho: Altônia, Apucarana, Campo Mourão, Cândido de Abreu, Cianorte, Cornélio Procópio, Guaíra, Loanda, Londrina, Maringá, Palmital, Palotina, Paranavaí, Toledo, Ubiratã e Umuarama.
Para o fim de semana, a previsão indica a permanência da massa de ar frio, com temperaturas abaixo de 10°C nos amanheceres. “O frio será mais concentrado entre o Centro-Sul, Campos Gerais e a Região Metropolitana de Curitiba, principalmente no sábado. O risco de geadas não é muito alto, mas persiste pelo menos nessas áreas, com geada fraca e bem pontual em áreas abrigadas ao vento e fundos de vale”, explica Jacobsen.
Durante as tardes, o sol deve predominar, elevando um pouco as temperaturas. No sábado (19), Curitiba terá variação entre 5°C e 18°C, Paranaguá entre 12°C e 20°C, Foz do Iguaçu entre 9°C e 20°C, Guarapuava entre 5°C e 20°C, e Maringá entre 9°C e 25°C.
“No domingo aumentam um pouco os valores de temperatura, mas a sensação de frio no amanhecer segue presente em boa parte do estado. Há possibilidade de formação de nevoeiros em mais pontos destas áreas onde faz mais frio, entre o Sul, Centro e Leste paranaenses. Não há previsão de chuva. Apenas aumenta um pouco a quantidade de nuvens entre a Serra do Mar e o Litoral”, ressalta Jacobsen.
Para domingo (20), as temperaturas previstas são: Pinhais (8°C a 19°C), Palmas (6°C a 20°C), Pato Branco (7°C a 21°C), Cascavel (10°C a 21°C) e Londrina (9°C a 23°C).
A próxima semana promete temperaturas em elevação gradual, com destaque para a amplitude térmica – amanheceres ainda frescos, mas tardes bem mais quentes.
A seca prolongada que atinge o estado também tem sido motivo de preocupação. Após cerca de 20 dias sem chuvas significativas, várias cidades registraram índices críticos de umidade relativa do ar: Londrina chegou a 29,8% na quinta-feira (17), Loanda a 26% no sábado (12) e Altônia a 29% no domingo (13).
“O frio ameniza momentaneamente o quadro de baixa umidade relativa do ar, mas a falta de chuva mantém alto o risco para incêndios florestais, principalmente na região Norte do Paraná, e mantém baixa a qualidade do ar, já que há muito material particulado na atmosfera, como poeira e poluição”, lembra Jacobsen.
O monitoramento climático do estado é realizado pelo Simepar, que conta com 120 estações meteorológicas automáticas, três radares meteorológicos e cinco sensores de descargas atmosféricas.
