Fórum reforça luta contra o pedágio

A guerra contra o pedágio foi oficialmente declarada ontem. Depois do protesto que deixou fechada por quase doze horas a BR-277 no trecho entre Curitiba e Ponta Grossa na segunda-feira, grupos ligados ao transporte de carga no Paraná divulgaram a criação oficial do Fórum de Defesa dos Usuários das Rodovias Pedagiadas do Paraná. A entidade nasce com o propósito inicial de impedir um aumento da tarifa do pedágio, que estava programada para o início de dezembro.

Segundo a assessoria de comunicação do Departamento de Estradas e Rodagem (DER), o aumento ainda não foi divulgado, pois a taxa a ser majorada necessita de novos cálculos feitos a pedido do Tribunal de Contas (TC). Até o fechamento desta edição, ainda não havia sido divulgado o índice do aumento do pedágio. Especula-se algo entre 10% e 11%.

Conforme o coordenador do fórum e presidente do Movimento Brasil Caminhoneiro, Nelson Canan, a entidade será um elo de ligação entre caminhoneiros e governo, brigando pelo interesse das pessoas ligadas ao transporte não somente na questão do pedágio. “Agora queremos que o atual governo baixe em 50% a tarifa. Isso já foi feito pelo próprio Jaime Lerner às vésperas da sua reeleição”, lembrou Canan.

Participam do fórum cerca de 50 entidades entre transportadoras, sindicatos de classes e associações. Ele representa o interesse de um milhão de trabalhadores que vivem diretamente do setor de transporte de cargas rodoviário no Estado. Somente caminhoneiros autônomos são 80 mil no Paraná. Um dos líderes do Movimento Brasil Caminhoneiro no Paraná, Neuri Leobert, explicou que o movimento acredita que no novo governo a negociação para a redução do pedágio seja mais fácil. “Foi uma das bases da campanha do Requião e nós acreditamos que ele cumpra, reduzindo a tarifa”, afirmou.

Um documento pedindo o agendamento de uma reunião com o atual governo foi enviado pelo fórum durante o protesto de segunda-feira. “Até o momento não obtivemos resposta. Também conversamos com o deputado Orlando Pessuti, líder da equipe de transição”, comentou Acir Mezzadri, outro líder do fórum.

Pode abaixar, mas…

O secretário de Estado dos Transportes, Wilson Justus, afirmou ontem que as tarifas de pedágio no Paraná poderiam ser reduzidas em até 25%, desde que fossem suspensas todas as obras e benefícios programados até 2021, quando termina o prazo de concessão. “O governo Lerner poderia ter reduzido as tarifas, mas preferiu optar pelos benefícios, como ter estradas com constante manutenção, serviços como ambulância e guincho, e geração de empregos diretos em várias regiões”, disse o secretário, destacando que outro impacto seria a diminuição no repasse de verba do Imposto Sobre Serviços (ISS) a 87 municípios que fazem parte do Anel de Integração.

Até 2021 estão previstos a restauração de mais 1,6 mil quilômetros, a duplicação de 700 quilômetros e a construção de 125 quilômetros de terceiras faixas, entre outras obras.

Prejuízo

Conforme a assessoria de imprensa da Rodonorte, concessionária que administra um trecho da BR-277, o prejuízo com o protesto de segunda-feira foi de R$ 60 mil. Nove mil veículos não pagaram o pedágio no dia do protesto. O departamento jurídico da concessionária está estudando medidas para serem tomadas contra os autores do protesto.

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