Fórum no litoral combate trabalho infantil nos lixões

O litoral do Paraná passou a contar com o Fórum Regional Lixo & Cidadania. Ligado a uma iniciativa nacional, o seu principal objetivo é erradicar o trabalho de crianças e adolescentes em áreas de depósito de lixo. Além disso, criar oportunidades de regularização e ampliação de trabalho para as famílias que vivem do lixo.

A instalação do fórum no litoral aconteceu durante uma confraternização na Associação Banestado, na localidade de Praia de Leste, em Pontal do Paraná, onde estavam reunidos mais de mil crianças e seus familiares. A procuradora do Trabalho e coordenadora do Fórum Lixo & Cidadania do Paraná, Margaret Matos de Carvalho, destacou que a importância de estender o fórum para o litoral está em respeitar as diferenças dessas comunidades e voltar a atenção para os problemas locais. “É importante observamos a realidade que o pessoal do litoral enfrenta e trabalhar de acordo com essas necessidades”, disse.

A preocupação neste momento é com a chegada da temporada de verão, quando aumenta o fluxo de pessoas na praia, e em conseqüência, cresce o número de crianças trabalhando na coleta do lixo. Uma das iniciativas que vem ajudando a diminuir a incidência de crianças nos lixões é o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti). Desenvolvido pelo governo federal, o Peti repassa uma bolsa auxílio para as famílias que tiram as crianças do trabalho.

Além do repasse financeiro, a catadora Neide de Freitas, de Pontal do Paraná, diz acreditar que o programa ajuda no desenvolvimento da criança, pois no contraturno escolar elas participam de atividades esportivas e culturais. Além da filha de 12 anos, a neta, de 9 anos, também participa do programa. “A gente vê muita criança que fica na rua enquanto os pais vão trabalhar. Com o Peti isso não acontece”, garantiu.

Há dois anos, a cozinheira Madalena Cheua, de Matinhos, pôs o filho, de 9 anos, no programa. Antes disso, ele trabalhava coletando latas na praia. Madalena conta que na temporada ele tirava cerca de R$ 120,00 por mês, mas fora da temporada o valor caía para a metade. “No Peti ele recebe R$ 40,00. É um valor menor, mas pelo menos ele não fica mais exposto nas ruas”, disse.

Financiamento

Para o secretário do Trabalho, Emprego e Promoção Social, padre Roque Zimmermann, é preciso uma organização da sociedade para que neste verão nenhuma criança trabalhe, principalmente na coleta de lixo. Segundo ele, a secretaria possui recursos disponíveis, através do Banco Social, para financiar projetos dos catadores. “Temos dinheiro para bancar a compra de prensas, balanças e até barracões para catadores que queiram se organizar em associações ou cooperativas”, finalizou.

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