Fórum discute sobre terceiro setor

Entidades auto-sustentáveis e com bons resultados. Essa é a nova realidade para quem atua no chamado terceiro setor ? não governamental e não lucrativo. Por outro lado, o terceiro setor também se confronta com o desafio de qualificar e expandir suas ações de promoção de uma solidariedade eficiente.

Essas e outras questões foram discutidas ontem no 1.º Fórum de Práticas Sustentáveis de Gestão para o Terceiro Setor, que aconteceu no auditório do Três Marias Clube de Campo, numa promoção da Secretaria da Criança e Fundação de Ação Social (FAS) da Prefeitura de Curitiba. De acordo com a assistente social e diretora do departamento técnico da Secretaria de Assistência Social de Toledo, Beatriz Ferrarias entidades que atuam no terceiro setor têm que ser empreendedoras dentro do seu ramo de atuação. “Há uma necessidade de reestruturar o conceito geral de voluntário. É preciso ser voluntário, mas ter capacidade técnica, com projetos que tenham impacto no seu segmento”, ressaltou Beatriz.

A assistente social afirma que as entidades do terceiro setor vieram para suprir uma lacuna deixada pelos governos, e hoje estão muito mais abrangentes que no início, quando as organizações não governamentais voltavam suas atenções para questões ambiental e de direitos humanos. Mas, salienta, é preciso que tanto o poder público como as entidades atuem de forma unificada e continuada. “E são ações desenvolvidas com esse pensamento que estão fazendo grandes empresas comprar as idéias e apoiar projetos em todo o mundo”, disse Beatriz.

Hoje em Curitiba existem cerca de quatrocentas entidades conveniadas com o município. De acordo com a presidente da FAS, Marina Taniguchi, o papel da administração acaba sendo de logística. “Investimos muito em pesquisa e informação para fornecer as dados para a entidades de onde existem prioridades no atendimento”, revelou Marina. Um desses trabalhos foi o mapeamento de áreas de invasão, quando foi possível levantar o número de crianças e adolescentes que vivem em situação de risco, além de outras deficiências. “Com esses dados as entidades podem concentrar suas ações nesses focos”, disse.

Exemplos

Durante o evento quatro entidades paranaenses apresentaram seus trabalhos, muitos dos quais premiados pelos resultados alcançados. O Pequeno Cotolengo, fundado há 40 anos, é considerado referência no Paraná pelo atendimento que realiza nas áreas médica, odontológica, pedagógica, psicológica, clínica e organizacional, social fisioterápica, fonoaudiológica e de nutrição à 236 crianças, adolescentes e adultos portadores de necessidades especiais. A Sociedade Socorro aos Necessitados, que atuada há 81 anos, consolidou se trabalho com o apoio da iniciativa privada e formou um complexo com o Lar dos Idosos Recanto do Tarumã, creche Meu Pequeno Reino, e a Escola Maternal Anette Macedo, que juntos atendem 360 crianças e 120 idosos.

A Fundação Ecumênica de Proteção ao Excepcional é referência no País na área de triagem neonatal. A instituição foi a única credenciada pelo Ministério da Saúde para realizar o teste do pezinho, que faz o diagnóstico precoce de cinco doenças congênitas. O centro realiza, por mês, 18 mil exames em de recém-nascidos provenientes de 1.330 unidades de saúde e de 584 hospitais do Paraná. Outro destaque é a Associação Paranaense de Apoio à Criança com Neoplasia, que hoje é referência nacional no tratamento de crianças pacientes de câncer. A associação presta uma média de 550 atendimentos mensais, acolhendo crianças não apenas do Paraná, mas de outros estados e até do exterior.

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