Fome Zero priorizará ações estruturantes

O lançamento do programa Fome Zero Paraná será hoje, em Curitiba. A iniciativa reunirá diversos projetos de incentivo a geração de emprego e renda, bem como a participação das prefeituras, de órgãos públicos e de empresas na mobilização da sociedade contra a miséria. “O programa Fome Zero no Paraná não será simplesmente uma medida educativa de combate a fome. É um conjunto de ações estruturantes que, isoladas, não gerariam nenhum efeito para a sociedade”, diz padre Roque Zimmermann, secretário de Estado do Trabalho, Emprego e Promoção Social.

O programa Fome Zero traz várias propostas de combate a fome no Paraná. Uma das alternativas que mais exigem a participação das comunidades são as comitês gestores municipais. Esses comitês reuniram as entidades da sociedade civil e governamental para a realização de ações que promovam a inclusão social da famílias mais carentes.

Desde o início de março, dezoito cidades paranaenses já organizaram seus comitês, entre elas Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, e Guaraqueçaba, no Litoral Norte. Os comitês organizam a doação de alimentos entre os moradores da comunidades e até disponibilizam cursos que poderão ser fontes geradoras de renda para famílias que recebam até meio salário mínimo.

Em conjunto com essas ações serão criados Bancos de Alimentos que armazenarão alimentos arrecadados junto as empresas. Os bancos serão constituídos e implementados a partir de parcerias entre o governo estadual e municipal, ongs, empresas públicas e privadas da área da alimentação.

O Fome Zero buscará parcerias com os empresários através de campanhas internas com o envolvimento dos funcionários ou de campanhas para a comunidade. As empresas com responsabilidade social poderão se envolver em projetos e ações que beneficiem as famílias pobres do Estado. Um exemplo desse tipo de ação foi realizado no início do ano pelos funcionários dos Correios. Em abril, os empregados da estatal no Paraná arrecadaram cerca de dez toneladas de alimentos que foram distribuídas a famílias carentes da região metropolitana de Curitiba.

Copel

Outro trabalho dessa natureza é o da Companhia Paranaense de Energia (Copel). A empresa está propondo uma campanha aos usuários de rede elétrica do Paraná. Através de um formulário de adesão enviado juntamente com a conta de luz, o usuário pode fazer contribuições em dinheiro para o Programa Fome Zero.

Outra proposta importante do programa é a de incentivar o barateamento dos alimentos. Essa medida, a longo prazo, facilitará o acesso a alimentação saudável pela população carente. Cozinhas comunitárias poderão ser criadas com o intuito de garantir o acesso a refeições nutritivas pelas famílias pobres.

Nos grandes centros urbanos, a idéia é promover a criação de restaurantes populares que possam oferecer refeições a um preço acessível. O programa também propõe a implantação, nesses locais, de centros de informação e formação em nutrição e culinária, que possam desenvolver cursos que ajudem a dona de casa a aproveitar melhor os alimentos.

Leite

O Programa Leite das Crianças é uma iniciativa do governo do estado incorporado ao Fome Zero Paraná que visa à garantia do desenvolvimento infantil e a promoção da pequeno indústria do interior paranaense. A meta é de cerca de 158 mil crianças beneficiadas, entre 6 e 36 meses de idade, em situação de risco de desnutrição, com renda familiar mensal de até meio salário mínimo.

O processo de elaboração das propostas do programa é uma parceria da Secretaria do Trabalho, Emprego e Promoção Social, com a Secretaria da Educação, Secretaria de Abastecimento e Agricultura (Ceasa) Secretaria da Saúde e Secretaria de Planejamento (Ipardes).

Os mercados populares serão estimulados a criarem mecanismos que diminuam o número de intermediários, para baratear o preço final dos produtos. Essa medida será beneficiada com desenvolvimento de cooperativas ou associações entre agricultores.

As cooperativas e associações de produção também serão beneficiadas pelos projetos de Economia Solidária do governo do Estado. Será disponibilizado para esse tipo de empreendimento uma linha de crédito própria, assim como assessoria e apoio técnico. “O maior número de emprego é gerado nas pequenas empresas, nas indústrias de pequeno porte, nas agroindústrias familiares”, defende Pe. Roque.

O Programa Fome Zero não se limita a criar mecanismos que enriqueçam a alimentação da população, mas que sustente uma renda que possa gerir essa diversidade de ações. A política pública de segurança alimentar e nutricional busca programas de geração de emprego e renda.

Para isso o programa estimula o crédito a pequenos empreendedores que trabalham na economia formal e informal. O crédito concedido pelo Banco Social para pequenos empreendimentos, a maioria informais, desde de 2001, gerou mais de onze mil empregos.

“Através dessas ações poderemos criar uma sociedade preocupada com o bem-estar do próximo e com consciência que, com a participação de todos, sociedade e governo, será possível iniciar uma era de mudança”, finaliza Zimmermann.

O Programa Fome Zero Paraná será lançado a partir das 10h, no auditório da FAE, na Rua 24 de maio, 135. A abertura da solenidade será prestigiada pelo governador Roberto Requião e pelo ministro extraordinário de Segurança Alimentar, José Graziano da Silva.

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