Fome Zero poderá usar o 0800

A Telemar, a Telefônica e a Brasil Telecom doaram ao programa Fome Zero toda a infra-estrutura para a realização do 0800 do programa Fome Zero. O telecentro criado custou R$ 25 milhões, abaixo do preço de mercado que é de R$ 40 milhões. O ministro das Comunicações, Miro Teixeira, que esteve no fim de semana em Joinville com o presidente Lula, destacou que inicialmente o telecentro para arrecadação do programa de combate à fome deve estar funcionando no dia 28 deste mês. “Tudo depende do Graziano (José, ministro da Segurança Alimentar). Ele pode até antecipar”, disse o ministro.

Miro confirmou que o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (CPDT) desenvolveu um software especial para ajudar o programa. “À medida que a pessoa fala o funcionário preenche a ficha do software. Quando é citado o endereço e o CEP, o próprio programa já indica o local mais próximo para onde a doação deve ser encaminhada”, explicou Miro, destacando que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) vai dar a estrutura logística para distribuição dos alimentos.

O ministro das Comunicações não quis opinar sobre o projeto que libera a entrada de até 100% de capital estrangeiro nas empresas de TV com sinal fechado. “Isto é uma questão do parlamento. Como minha origem é parlamentar, e sei como as coisas funcionam, prefiro não emitir opinião”, alegou.

Miro não reclamou dos cortes do orçamento de seu ministério. “Trabalhamos com muito fundos e com contratos já firmados. Além disso, o ministro Palocci (Antônio, da Fazenda) foi muito criterioso nos cortes”, salientou.

Lula visita projeto em Joinville

Lawrence Manoel

Na manhã de anteontem, em Joinville, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou café na Paróquia Nossa Senhora de Belém, na periferia da cidade, e conheceu o projeto Cozinha Comunitária. Ele foi implantado pelo padre Luiz Fachini, um dos fundadores do PT no Estado, em 1994. Utilizando a estrutura das paróquias, com doações de alimentos e trabalho voluntário são alimentadas 2.500 crianças nas 23 cozinhas de Joinville e Blumenau. O governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), prometeu levar o projeto para todo o Estado e ofereceu a idéia a Lula, para que seja estendido a todo Brasil. No Cozinha Comunitária, são servidas meio milhão de refeições por ano. “Um governante pode deixar de fazer muita coisa, por falta de dinheiro, pelo país ser pobre. Porém uma coisa não pode deixar de fazer: é garantir que cada cidadão possa comer ao menos três vezes ao dia”, afirmou Lula, destacando que o combate à fome é sua prioridade, pois o direito a comer é a coisa mais elementar que um ser humano merece.

Durante o café Lula anunciou uma parceira entre o governo federal, Ministério da Educação e a Pirelli, para em três anos acabar com o analfabetismo no Acre. “Outro projeto é de um grupo de empresários comandados por Viviane Senna. Eles pretendem recuperar o desempenho de um milhão de crianças em idade escolar em Pernambuco.”

Para alegria dos populares que se reuniram em frente à igreja, o encontro terminou com uma canja do ministro da Cultura, Gilberto Gil. Incentivo à agricultura familiar e o Plano Safra

Elizangela Wroniski

Uma política de preços mínimos para alimentos da cesta básica e estoques reguladores foram propostas defendidas ontem para implementar a agricultura familiar em seminário promovido pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fetraf-Sul/CUT) em Curitiba. Participaram do encontro o secretário de Agricultura Familiar do governo Lula, Valter Bianchini, e dom Mauro More-lli, integrante do Conselho Nacional de Combate à Fome.

Também foram discutidos o combate à fome e o Plano Safra do governo federal, que deve ser lançado na metade do ano. O coordenador-geral e diretor nacional da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Plínio de Arruda Sampaio, afirmou que os debates serviram para analisar a importância, o desenvolvimento e a inter-relação desses projetos. Sugestões serão enviadas ao Conselho Nacional de Combate à Fome, na reunião que será realizada no dia 25 deste mês.

Segundo Bianchini, dentro da Agricultura Familiar estuda-se um maior investimento de recursos para os pequenos agricultores, aumentando em 5% a 10% a produção atual. A medida beneficiaria 1,5 milhão de famílias na produção de alimentos como feijão, arroz, milho, trigo e mandioca. No fim do governo Lula, 9 milhões de famílias já estariam sendo beneficiadas. Hoje o Brasil dispensa R$ 2 bilhões para agricultura familiar e o governo espera chegar perto de R$ 4 bilhões.

Além disto, os produtos da agricultura familiar teriam uma política de preço mínimo para garantir renda, ainda poderiam ajudar na manutenção de estoques reguladores e até ser destinados ao mercado externo.

Dom Mauro Morelli ressaltou a importância de se criar um sistema que faça monitoramento do estado nutricional das crianças. Em março ele integrará o Conselho de Segurança Alimentar da ONU.

Lula lembra bons exemplos

Lawrence Manoel

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve na noite de sábado em Joinville participando da comemoração do 3.º aniversário da Escola do Teatro Bolshoi no Brasil. Acompanhado de alguns de seus ministros e governadores de Estado, entre eles Roberto Requião (PMDB) do Paraná, Lula assistiu às apresentações dos alunos do Ballet Bolshoi e em seguida participou de um jantar em benefício do programa Fome Zero, o “Fome Zero Cultura a Mil”. Lula citou vários exemplos de sucesso no Brasil para ilustrar a possibilidade de crescimento do Brasil. “Inventamos o avião, tivemos Carmem Miranda, Pelé, hoje o Guga e a escola do Teatro Bol- shoi dá outro exemplo do que nosso País é capaz de fazer”, disse. O presidente ressaltou mais uma vez o compromisso com a erradicação da fome. “Precisamos do povo para fazer isto e, mais para frente, com a economia voltando a crescer todos vão conseguir comprar seus alimentos e restabelecer sua auto-estima”, afirmou.

Voltar ao topo