Usuários do posto de saúde Vila Tebas, em Pinhais, na Grande Curitiba, estão insatisfeitos com a lentidão no atendimento do local. Quase que diariamente, uma imensa fila, formada por pessoas que precisam marcar consulta e exames, se forma em frente à porta de entrada.
Segundo o aposentado Arnaldo Rodrigues Lima, que depende integralmente dos serviços do posto, em média as pessoas costumam chegar ao local, que abre às 8h, antes de o dia amanhecer. “Todos os dias, cerca de cinqüenta pessoas ficam na fila esperando consulta. Apenas umas vinte conseguem ser atendidas”, conta.
A dona-de-casa Ruth Martins conta que a meses espera para conseguir uma consulta para o neto, de três anos de idade, que precisa fazer uma cirurgia de adenóide. “Já não agüento mais acordar cedo, perder um tempão na fila e sair de mãos abanando”, desabafa. “Minha mãe também está precisando fazer um exame e está há bastante tempo esperando. Ela chega no posto e os funcionários sempre dizem para ela voltar no dia seguinte.”
O montador eletricista João Ademir Alves Garcia e o funcionário de manutenção predial Aroldo Ribeiro da Cruz estão na mesma situação. Ambos estão tentando, sem sucesso, marcar uma consulta desde a última segunda-feira. João conta que trabalha no município de Campo Largo e está tendo que faltar serviço para ficar na fila. “Pego quatro ônibus para ir até meu trabalho e estou chegando atrasado todo dia”, afirma. “Estou morrendo de medo que, no fim do mês, descontem de meu salário as horas não trabalhadas.”
Já Aroldo Ribeiro da Cruz diz que vai ter que repor no serviço as horas perdidas na fila. Indignado, ele comenta que a situação é uma falta de respeito com os usuários, principalmente com aqueles que não podem pagar consultas particulares. “O pior é que parece que ninguém está fazendo nada para resolver o problema”, comenta. “Quem está muito mal vai acabar morrendo na fila, pois os serviços do posto são lentos demais. É revoltante.”
Prefeitura
A Prefeitura de Pinhais, através de sua assessoria de imprensa, confirma que a demanda do posto é maior que a oferta de vagas. E afirma que isso se deve ao fato de, nos últimos anos, a região ter crescido muito, “de forma fenomenal”.
De acordo com a administração municipal, o problema deve ser resolvido o mais rápido possível, e o remanejamento de médicos já está sendo estudado.