Ferroeste e prefeituras definem parceria

O presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, e o presidente da Associação dos Municípios do Sudoeste do Paraná (Amsop), Élson Munaretto, acertaram durante reunião, em Curitiba, uma parceria para viabilizar, naquela região, as audiências públicas sobre o projeto de construção do ramal ferroviário interestadual ligando as regiões do Cantuquiriguaçu, no Centro Expandido do Estado, o Sudoeste do Paraná e Chapecó, no Oeste de Santa Catarina.

As audiências públicas têm como objetivo apresentar aos agentes econômicos, universidades e à população dos municípios que estão sob a área de influência da ferrovia, os resultados do levantamento preliminar da produção e dos volumes de carga ferroviária potenciais no Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina, assim como receber sugestões da sociedade organizada no sentido de aperfeiçoar o conjunto de informações do documento.

“Concluímos o estudo de viabilidade do novo ramal, conforme determinado pelo governador Roberto Requião”, lembrou o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, “e agora vamos submeter os resultados à apreciação da sociedade, recolher mais informações, e levar os dados ao conhecimento do Governo Federal, dos governos do Paraná e de Santa Catarina e das bancadas federais dos dois Estados com o objetivo de dar continuidade ao projeto e buscar os financiamentos necessários para iniciar a próxima fase”.

Contrato

O contrato para a execução da primeira fase do estudo de viabilidade do novo ramal, realizado pelo Lactec (Instituto de Tecnologia para o Desenvolvimento) foi assinado pelo governador e pelo presidente da Ferroeste, em setembro de 2008, em Pato Branco, no Sudoeste do Estado.

Na ocasião, o governador Roberto Requião, falando sobre a logística para o desenvolvimento, declarou que a finalidade do meio de transporte que trabalha internamente no país não é ser um gerador de capital. “Ele tem que se remunerar, tem que acumular para investir, mas não tem o compromisso de distribuir dividendos na Bolsa de Valores de Nova York ou na Bolsa de São Paulo”.

Segundo o governador, a ferrovia é um monopólio natural e seu compromisso é com o conjunto da economia. “A estatização desses setores, por paradoxal que possa parecer, favorece a economia privada do país, porque deixa de ser gerador de capital, de lucros, a operação e construção desses sistemas, para que, então, a economia privada, com tarifas baixas, consiga se desenvolver com facilidade”. A Ferroeste, única operadora estatal do setor ferroviário brasileiro, foi retomada pelo Governo do Estado em dezembro de 2006.

O Lactec realizou o levantamento preliminar do potencial produtivo do Oeste catarinense e Sudoeste paranaense com o cruzamento de informações das bases produtivas das duas regiões, inclusive do Mato Grosso do Sul. Estes são Estados que já apresentam interdependência econômica, inclusive no transporte de cargas, mas que ainda carecem de ferrovias.

“O modal ferroviário reduzirá as tarifas do transporte, vai baratear os custos dos insumos, estimular a indústria, promover o desenvolvimento regional e gerar empregos, além de permitir maior integração regional”, afirmou Samuel Gomes.

Carta do Sudoeste

O presidente da Ferroeste lembrou que o novo ramal que irá até Chapecó, em Santa Catarina, foi fomentado pela Carta do Sudoeste, “um documento que elenca 40 reivindicações, sendo que uma delas é a construção da ferrovia”. Para Samuel Gomes, “a ferrovia será um vetor importante para o desenvolvimento e a integração sócio-econômica do Sudoeste do Estado a outras regiões produtivas do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e do Paraguai”.

A Ferroeste está avançada na finalização dos estudos técnicos, econômicos e ambientais de outros projetos de expansão da estrada de ferro, como o que vai ligar Cascavel a Maracaju, no Mato Grosso do Sul, por um lado, e Guarapuava ao Porto de Paranaguá, no Litoral, por outro. A extensão dos trilhos da companhia também alcançará Foz do Iguaçu, no Oeste do Estado.

Os novos ramais da Ferroeste vão facilitar o escoamento de milho e de soja do Mato Grosso do Sul, por exemplo, ao Porto de Paranaguá e também à região produtora de aves e suínos localizada no Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina, permitindo ao mesmo tempo a redução de custos e a atração de novos negócios para toda a área de influência da ferrovia.