Feira do Colecionador relembra tempos do vinil

Colecionadores ou apreciadores de títulos musicais antigos e raros tiveram oportunidade de se esbaldar, ontem, na oitava edição da Feira do Colecionador de Discos, em Curitiba. Eram cerca de oito mil títulos, daqueles que muita gente acha que nem existem mais. Os mais procurados são quase sempre os antigos da MPB, Jovem Guarda e o velho e bom rock?n? roll, em versões diversas.

?O vinil continua fazendo história. O problema é que o Brasil produz muito pouco, e o que mantém é por causa dessa cultura do colecionador. No final a gente acaba tendo de importar para suprir a demanda?, relata um dos organizadores, Julio Kondo, mostrando um exemplar difícil de achar: o primeiro disco solo de Roberto Carlos, de 1961, que, diz a lenda, foi retirado das lojas pelo cantor anos mais tarde. ?É porque, nessa época, ele estava em uma fase confusa e as músicas refletem isso. Além disso, ele não aparece na capa. Não existem nem mil cópias em todo o Brasil?, conta o vendedor, que prefere não revelar o preço. ?Fica a critério do valor sentimental.?

Entre as antigüidades estava ainda o famoso Álbum Branco dos Beatles, também da década de 60, muito procurado pelos colecionadores justamente por um erro de gravação. Os que suprem esse mercado de raridades – ou excentricidades – têm gostos exigentes. É o caso do estudante Josué dos Santos. ?Estou atrás dos primeiros discos do Jorge Ben Jor. Encontrar é até fácil; difícil é ter dinheiro para tudo?, diz. Os preços são variados. Numa feira como essa pode-se gastar dezenas, centenas, até milhares de reais em um único título.

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