Febre dos videogames afeta desempenho escolar

A obsessão pelos videogames está sendo responsável pelo baixo rendimento de alguns estudantes. Segundo a orientadora educacional do Colégio Dom Bosco, Vânia Bittencourt, o jovem acaba perdendo interesse pela escola, já que os jogos proporcionam um prazer imediato, ao contrário dos estudos, onde os resultados aparecem depois de um certo tempo de esforço e dedicação.

A orientadora educacional conta que, de alguns anos para cá, os jogos de computador começaram a influenciar no rendimento de uma parcela de estudantes. Eles chegam em casa, almoçam e saem para alguma lan house, ou se trancam no quarto até a noite. Ela explica que os games fascinam os jovens, porque apresentam vários níveis de dificuldade, e a cada etapa vencida provocam uma sensação instantânea de prazer.

Vânia explica que o jogo deve virar uma preocupação para os pais quando eles perceberem que os filhos dedicam praticamente todo o tempo livre a este tipo de lazer. O círculo de amigos se restringe aos praticantes dos games, e começa a faltar tempo para estudar, ler e fazer outros programas com a família. A orientadora fala que cabe aos pais impor o limite. “Não acho que seja necessário jogar todos o dias”, considera. O problema é que alguns pais consideram as lan houses uma espécie da babá. Enquanto vão ao shopping, a criança ou o adolescente fica se divertindo num lugar considerado seguro. Ela recomenda ainda cuidados com o conteúdo dos jogos. Alguns são extremamente violentos. A criança ou o adolescente que não tem ninguém a seu lado para analisar junto com ele se isto é certo ou errado pode acabar crescendo com problemas de comportamento.

Lan Houses

As lan houses surgiram há poucos anos e caíram no gosto da garotada. O proprietário da Gate Seven, Paulo Pereira, fala que a febre pela novidade já passou, e os jovens não costumam passar mais tanto tempo se divertindo nestas casas. Os jogadores mais assíduos permanecem entre uma e duas horas diárias. “Tem gente que vem aqui e nem joga. Só para conversar com os amigos”, comenta. Porém, vez por outra, há pessoas que permanecem todo o tempo possível.

Uma portaria editada em dezembro de 2002 também ajudou a limitar o tempo de permanência. Crianças menores de 12 anos só podem entrar acompanhadas dos pais. Adolescentes até 16 anos só podem permanecer até às 22h, e jovens de até 18 anos até a meia-noite, não podendo ultrapassar as cinco horas de jogo.

Vanessa Ulyssea, 14 anos, começou a freqüentar o lugar há dois anos. Conta que no início ia todos os dias, e os pais reclamavam muito. Mas ela diz que conseguia conciliar as atividades escolares e a diversão. Agora a freqüência varia entre duas e três vezes por semana.

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