Fazendeiros paranaenses criam a Celeiro do Brasil

Dizendo-se cansados de esperar que o governo cumpra os mandados de reintegração de posse, de ver os prejuízos causados durante as invasões e crimes ambientais sem solução alguns fazendeiros do Paraná resolveram criar a Ong Celeiro do Brasil. Segundo um dos advogados do grupo, Antonio Ferreira, a idéia surgiu porque esses órgãos possuem poderes dentro da sociedade, podendo por exemplo, incitar o Ministério Público a investigar os problemas que afligem os proprietários.

Ferreira estima que existam no Estado cerca de 40 fazendas invadidas, com mandado de reintegração de posse que ainda não foram executados. Para ele, a demora se deve ao fato de que o governo teme as conseqüências eleitorais.

Outra bandeira da Ong é responsabilizar pessoalmente o governador e secretários pelos prejuízos causados durante os períodos de invasão. Hoje os proprietários entram com pedido na Justiça e quem paga a conta é o Estado. Para ele, não é justo o contribuinte arcar com os custos, já que as autoridades é que demoraram em cumprir os mandatos.

Crimes ambientais

O advogado mostra um documento em que o Movimento dos Sem Terra foi autuado pelo Instituto Ambiental do Paraná por desmatar a Fazenda Laranjeiras, no Município de Porto Barreiro, sendo condenado a pagar uma multa de R$ 67.500. O problema está na identificação do CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica), da organização. Ferreira fez a consulta e verificou que o CNPJ apresentado foi dado como suspenso, inapto ou cancelado. Deste modo, não existe ninguém para assumir a culpa. De acordo com o advogado, existem cerca de 300 casos assim.

Ferreira fala que o estatuto da Ong já está pronto e que no próximo fim de semana eles se reúnem em Ponta Grossa para entregá-lo aos 150 membros. “A maioria é do Paraná, mas tem gente do Mato Grosso, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. Queremos que a Ong seja nacional”, diz.

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