Famílias ocupam terreno na CIC

Um grupo de 48 famílias invadiu, na madrugada de ontem, uma área na Cidade Industrial de Curitiba. Ontem pela manhã, os invasores já dividiam os terrenos para cada família e dizem que só deixarão o local quando o proprietário apresentar documentos comprovando a posse do terreno.

As famílias vieram de um loteamento ao lado do terreno, que pertenceria ao mesmo proprietário. O promotor de vendas Robson de Oliveira disse que as pessoas compraram os lotes parcelados em doze vezes, e a pessoas que se dizia dona da área se comprometeu a repassar a escritura assim que legalizasse a situação do terreno, que é fruto de usucapião. Como isso não aconteceu, resolveram invadir e repassar os lotes às famílias que pagam aluguel. “Se ele é mesmo o dono disso aqui, que prove”, desafiou Robson.

As famílias também reclamam que os terrenos do loteamento não possuem nenhuma infra-estrutura, como água e luz. “Tudo que a gente conseguiu foi pagando, pois ele não colocou nada, só queria o dinheiro”, disse. Robson de Oliveira falou ainda que a área invadida estava servindo apenas para refúgio de marginais que importunavam os vizinhos. “Agora vão morar famílias aqui e esse problema vai acabar”, garantiu. Segundo ele, as pessoas que terão direito ao lote já foram selecionadas entre os mais necessitados do bairro.

Inadimplente

De acordo com Anna Hondina Leite, que se diz proprietária da área invadida, essas pessoas são todas conhecidas, que adquiriram os lotes e estão inadimplentes. Segundo ela, todos tinham consciência que o lugar não possuía infra-estrutura, porque existem pendências de pagamento de IPTU e multa do Ibama, pelo corte de árvores. “Com o dinheiro que fossem pagando a gente iria regularizar a situação e repassar a área para eles”, disse. Anna disse que ficou surpresa com atitude das famílias, e que inclusive existem parentes dela no meio dos invasores.

Sobre a posse da área, Anna disse que está requerendo o usucapião do terreno, que deve ser liberado nos próximos meses. Ela afirmou que morava na área há mais de quinze anos, onde trabalhava como produtora rural com a família. Depois que o dono da área morreu, ninguém reclamou o terreno, e Anna resolveu pedir a posse. Ela disse que o dinheiro do loteamento ajudaria na compra de remédios para ela e o marido.

Polícia Militar

De acordo com o tenente Andrade, da 3ª Companhia do 13º Batalhão da Polícia Militar, homens da PM estiveram ontem de manhã no local para conversar com as famílias, mas não fizeram a retirada. “Como não há mandado de reintegração de posse e até agora nenhum proprietário apareceu, com documentos legais, não há o que a polícia fazer”, informou.

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