Família sofre na capital a falta de terra no campo

Desde a semana passada, cerca de sessenta pessoas pertencentes à família de Alaíde Vieira Soares, 59 anos, estão acampadas em frente à sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Curitiba. Em síntese, Alaíde fez uma permuta de uma área de 250 alqueires com o Incra e até hoje não está instalada em novo local.

Alaíde contou que pagou R$ 48 mil uma área em Antonina. Após saber que o local era Área de Preservação Ambiental (APA), ela fez uma permuta com o então superintendente do Incra, José Carlos Vieira Araújo, que levou as famílias para uma área de 400 alqueires em Tunas do Paraná. “Ficamos oito meses, mas em seguida fomos levados para Palmas. Lá nos deram uma área pequena e nos deixaram um ano e oito meses vivendo com outras 214 famílias num assentamento de sem terra”, contou. Alaíde disse que nessa época falaram aos sem terra que a área que sua família ocupava era uma APA e, por isso, não seria liberado recurso para os demais sem terra plantarem, caso eles não saíssem de lá. “Então mataram meu irmão e fomos expulsos”, contou.

Depois disso, o Incra os mandou para a Lapa, com uma passagem por Curitiba antes. “Acabamos ficando um ano e dois meses e posteriormente fomos levados para a Fazenda Xapadão, em Bocaiúva do Sul, onde ficamos um ano e sete meses. Agora a proprietária mandou que nós saíssemos”, afirmou.

Denunciado

O assessor da superintendência do Incra, Nilton Bezerra, disse que o ex-superintendente José Carlos Araújo Vieira já foi denunciado ao Poder Judiciário pelo Ministério Público Federal. Quanto à família, ele disse que o Incra espera o resultado de ação judicial movida por ela contra o instituto. Mesmo assim, eles são passíveis de receber terras, mas concorrem com outras 15 mil famílias acampadas no Estado. Ele afirmou que Alaíde e seus familiares desistiram do lote em Palmas.

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