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Família mantém tradição da produção de vinhos

A família Basso mantém viva uma das tradições mais antigas de Santa Felicidade, reduto italiano em Curitiba. Desde que pisou em solo paranaense, vindo da região de Vêneto, na Itália, os membros da família produzem o próprio vinho com uvas cultivadas em suas propriedades no bairro. “Meu avô, Jacob Basso, foi o primeiro a plantar um parreiral, exatamente neste terreno que estamos”, conta o produtor José Carlos Bassi, conhecido no bairro como Bepe e responsável pela produção da bebida.

Apesar de o vinho colonial ser tradição em Santa Felicidade, Bepe conta que atualmente a família Bassi é uma das poucas que produzem vinho com a uva cultivada ali mesmo no bairro. “Há alguns anos atrás, uma praga atingiu os parreirais de toda a região e comprometeu toda a produção de vinho. Mas aqui, demos um jeito inventando uma espécie de remédio com cinzas dos fornos de cal que colocamos na raiz. E deu certo. Não temos estudo, mas demos esse jeito”, brinca.

Hoje a propriedade da família produz cerca de 1,7 toneladas de uva por ano, o que rende um total de 1,1 mil litros de vinho colonial. “A receita é a mesma desde os tempos dos meus avós e o método de produção também se mantém praticamente o mesmo. Apenas trocamos os tonéis de madeira pelos de plástico, o que não muda a qualidade do vinho”, relata. O tipo da fruta utilizado na produção da bebida é a Terci e o vinho demora cerca de cinco meses para ficar pronto para o consumo.

“Normalmente fazemos a colheita no início de fevereiro. Começamos pela moagem da fruta, separamos o bagaço, adicionamos os ingredientes da receita e envasamos nos tonéis para começar o processo de fermentação. Tudo como sempre foi feito, com a exceção dos tanques, que hoje são de plástico e não mais de madeira”, explica Bepe.

Todo o vinho produzido é consumido entre os familiares e amigos do bairro. Apenas algumas garrafas são vendidas. “Não se trata de uma atividade comercial. Isso é uma tradição de família e fazemos porque gostamos. Chega a ser até um hobby, que é trabalhoso, mas também muito prazeroso. Fico aqui cuidando das parreiras, além de cuidar também da horta que tenho. Gosto muito e a família quer preservar a produção do vinho por muitos anos ainda”, afirma Bepe.

Marco André Lima
Tonéis de madeira foram substituídos pelos de plástico , mas receita é a mesma. Bebida leva cinco meses para ficar pronta.
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