Uma sigla de apenas quatro letras, Fies, terá que fazer o estudante de Medicina da Universidade Positivo, Leandro Wojcik, 32 anos (já formado em Odontologia), a rever o planejamento que fez pros próximos cinco anos. Ele não conseguiu o financiamento estudantil do Ministério da Educação (MEC) e ainda não sabe se terá que encontrar uma faculdade mais barata ou pública, um financiamento com juros e condições que ele possa bancar ou desistir do sonho de ser médico. Já sua colega de curso, Juliana Culkier, 30 anos (também já formada em Medicina Veterinária), conseguiu o financiamento na última hora. Mas se não tivesse, teria que rever todas as mudanças que fez na vida, pessoais e profissionais, pra voltar aos bancos escolares.
![]() |
Além das novas regras impostas pelo MEC pra adesão ao programa de financiamento, desde que as inscrições abriram, em fevereiro, ambos os alunos (assim como outros 178 mil em todo o Brasil) tiveram dificuldades no acesso ao sistema (SisFies), pela internet, que dava mensagens de erro e sobrecarga. Todos passaram dias, noites e madrugadas tentando. No fim da tarde do último dia, 30 de abril, a jovem conseguiu e foi uma enorme correria pra concluir o restante das etapas necessárias junto à faculdade. Leandro e os outros também passaram dias e madrugadas tentando, mas não tiveram a mesma sorte.
Castigo durante o curso
Por não ter conseguido o Fies, Leandro ainda não pode reduzir o ritmo de trabalho da forma como gostaria, pra se dedicar aos estudos. “É claro que meu rendimento na faculdade não é igual ao dos outros alunos. No horário em que eles estão descansando ou estudando em casa, eu estou trabalhando. Meus amigos e familiares me perguntam como ainda estou conseguindo levar essa carga horária”, lamenta o calouro.
Pra se dedicar à nova faculdade de Medicina, Juliana precisou parar de trabalhar e promover mudanças na vida pessoal. Ela fez dois anos do curso em outro estado e conseguiu a transferência pra Universidade Positivo, este ano. Neste tempo, bancou a mensalidade de várias formas, com familiares ajudando e o marido fazendo empréstimos. Mas agora estas ajudas já estavam ficando difícieis e, se ela não tivesse conseguido o Fies, que abate 75% da mensalidade de R$ 4.650, não saberia o que fazer. “Existem outros tipos de financiamentos, mas com juros bem mais altos”, diz a estudante.
Pensando no futuro
Logo que um filho nasce, muitos pais não se preocupam em como vão pagar a faculdade dali 17, 19 anos. Os planos são sempre de crescer profissionalmente e até lá estar bem de vida, com um salário que pague a mensalidade de forma folgada. Mas os planos nem sempre ocorrem como esperado. Por isto, a Tribuna buscou ideias de como “resolver” esse problema futuro de forma antecipada. A sugestão é poupar um pouco por mês, na poupança ou numa previdência privada, logo após o nascimento da criança. Quanto mais cedo, menor o valor a ser depositado (veja a simulação).
É o seguinte
Foram dias e noites de tentativas. No final, a decepção: por problemas com a conexão na internet, milhares de universitários não conseguiram o Fies, financiamento criado pra pagar a faculdade. O governo nega, mas o Paraná Online suspeita que houve congestionamento proposital na rede pra não estourar o caixa. É lamentável. Por isso a matéria especial nestas duas páginas.
Clique na imagem para ver em tamanho maior!






