Um contingente de 3750 jovens está sendo dispensado hoje do serviço militar no Paraná. No Brasil todo, serão 44 mil recrutas ? cerca de 84% do contigente total de 52 mil homens ? que saem do orçamento.Manter esses soldados na instituição seria praticamente impossível com a atual verba destinada as Forças Armadas. O governo federal não liberou todo o dinheiro previsto no orçamento. De R$ 1,3 bilhão destinados ao Exército, foram liberados apenas R$ 579 milhões, o que obrigou à diminuição dos gastos.
Além da dispensa de quem já está servindo, foi adiada por dois meses a convocação de 18 mil novos recrutas e o horário de funcionamento das organizações militares será reduzido. Apesar das medidas atingirem os que já se alistaram e que já sabiam se teriam ou não de fazer o serviço militar, a situação para os próximos anos permanece indefinida.
Voluntários
Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) divulgado na semana passada revelou que o número de convocados para o serviço militar está em queda. O trabalho foi feito pelo membro do Núcleo de Estudos Estratégicos da Unicamp, Paulo Kuhlmann, em sua dissertação de mestrado. O levantamento aponta que em 1987, 1.392.738 jovens se alistaram e 129.898 foram incorporados -9,33% do total de alistados. Em 2001, o número de jovens que se alistaram subiu para 1.513.864, mas o de convocados para o serviço foi somente 77.761 (5,14%).
Apesar de não existiram dados como esse no Paraná, o tenente-coronel Sergil Kuper, da seção de alistamento da 5.º Região Militar, afirma que o efetivo incorporado tem se mantido constante. “Temos uma média de 4 mil a 4.500 jovens”. No entanto, segundo Kuper, caso a redução dos quadros se mantenha a tendência é de que 100% dos recrutas passe a ser de voluntários. Com os cortes, também volta a ser discutida a opção por um exército profissional, como está prestes a acontecer países como Portugal, França e Itália.