Excesso de poeira revolta morador da Vila Hauer

O excesso de poeira é a principal reclamação de moradores e comerciantes da Vila Hauer, que vivem às margens da BR-116, no lado direito da rodovia, sentido Rio Grande do Sul-São Paulo. A rua, em saibro, é a alternativa de centenas de motoristas que tentam desviar o tráfego intenso da rodovia. O resultado, reclamam, é uma nuvem negra de poeira.

“Logo de manhã e depois das 18h, é um Deus nos acuda”, comenta o agropecuarista Plínio Benedito Siqueira, que mora à margem da estrada há quase 16 anos. Ele conta que a casa fica fechada o dia todo e que há, inclusive, horário para pendurar as roupas no varal, devido ao excesso de pó. Apesar do descontentamento, Siqueira diz que nunca procurou autoridades para tentar resolver o impasse. “Mexer com quem não quer fazer nada, não adianta. Por isso, ainda não procurei os órgãos do governo”, justifica.

A dona de casa Mônica Hoffman, que mora a cerca de 50 metros da rodovia, também reclama da poeira. Ela conta que já procurou a Prefeitura, mas sem resultado. “A Prefeitura diz que a BR que não é um divisor de bairros, mas é. Na Vila Fanny, por exemplo, que fica do outro lado da rodovia, existe antipó, enquanto na Vila Hauer há só ruas de saibro”, alega. Segundo Mônica, há ainda jogo de empurra-empurra de responsabilidades.”A Prefeitura diz que cabe ao DNER (Departamento Nacional de Estradas de Rodagem) fazer o antipó, enquanto o DNER diz que é a Prefeitura. Assim é difícil”, comenta inconformada. Outra briga com a Prefeitura, lembra, diz respeito ao caminhão-pipa. Ela conta que solicitou que o caminhão passasse pelo menos duas vezes por dia, na tentativa de conter o pó, mas ele só passa uma vez por semana. “Nem os imóveis para locação conseguem ser alugados.”

Prejuízo

O proprietário da gráfica Idealgraf, Pedro Amaro Gomes, reclama do prejuízo financeiro. Ele alega que os equipamentos de impressão são muito sensíveis ao pó e conta que teve uma máquina paralisada por quatro dias, porque a poeira teria entrado nos contactores, queimando a peça. “Tem que estar tudo bem fechado, protegido, mas não há como. Qualquer lugar em que se toca, há pó”, reclama. Também o papel, que precisa estar impecavelmente limpo, sofre as conseqüências do pó intenso. “Quando abrimos um pacote, tem que usar logo, senão vai tudo para o lixo”, conta. Segundo ele, normalmente o pacote pode ser mantido de dois a três meses, mas em sua gráfica o prazo é de apenas uma semana. Outro prejuízo, acrescenta ele, é quanto à manutenção preventiva dos equipamentos. “O ideal é fazer a manutenção a cada três meses, mas aqui isso é feito todo mês.”

DNER

O Departamento Nacional de Estradas de Rodagem (DNER), por meio da assessoria de imprensa, informou que não foi feita pavimentação no margem direita da BR-116 por “inviabilidade financeira.” Segundo a assessoria, obras como a duplicação do Contorno Sul, da BR-116, construção do viaduto do Atuba e da Salgado Filho, além da construção do Contorno Leste foram algumas das prioridades do DNER nos últimos anos. A assessoria informou ainda que, assim que o Contorno Leste for concluído – em cerca de sessenta dias -, o trecho urbano da BR-116 será delegado ao município ou Estado. Já a Prefeitura, também por intermédio da assessoria de imprensa, alegou que não pode intervir no local, já que a responsabilidade cabe ao DNER. Acrescentou também que caminhões-pipas molham periodicamente a rua, na tentativa de conter a poeira.

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