Estudo traz pontos críticos das rodovias

O secretário de Estado dos Transportes, Waldyr Pugliesi, recebeu na tarde de ontem um estudo que indica os pontos críticos em acidentes nas rodovias do Paraná. O “raio X” das estradas paranaenses foi entregue pelo diretor geral do Detran-PR, Marcelo Almeida, e o levantamento foi elaborado pela professora Lúcia Brandão, da Universidade Estadual de Londrina (UEL), mestre em Engenharia de Transportes pela USP (Universidade de São Paulo). De acordo com a pesquisa, são mais de mil pontos críticos no Paraná.

O estudo, conforme adiantou Pugliesi, se soma ao trabalho que já vem sendo realizado pela Secretaria, por meio do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), na identificação dos pontos críticos das rodovias criando condições para implementar ações de redução dos acidentes nos trechos considerados perigosos. “Os dados apresentados revelam a realidade das nossas estradas e, ao detectar esses pontos perigosos, podemos buscar alternativas para amenizar o problema”, disse.

“Radiografia”

Rogério Tizzot, diretor do DER, avalia como positiva a “radiografia” das estradas paranaenses, adiantando que trabalho semelhante vem realizando, na identificação dos trechos críticos, “para que medidas concretas sejam implementadas para evitar acidentes naqueles pontos”.

De acordo com Marcelo Almeida, para realizar o estudo, Lúcia Brandão dividiu o Estado em seis regiões e promoveu levantamentos em 144 rodovias estaduais e federais, assim como nos trechos do Anel de Integração. “Esta radiografia é interessante porque avalia as estradas quilômetro a quilômetro e nos mostra as rodovias que mais matam, por meio da identificação dos pontos críticos. Com isso, é possível encontrar mecanismos para a redução dos índices de acidentes”, defende.

Pontos críticos

Nos pontos classificados como mais críticos aconteceram a maior parte dos 12.357 acidentes registrados em 2002 e que deixaram 11.914 pessoas feridas e 951 mortes. Ainda conforme o estudo, o gasto total com esses acidentes é de US$ 432,4 milhões, incluindo despesas como perda de rendimentos futuros das vítimas, pagamentos médico-hospitalares, seguros, danos aos veículos e às cargas, entre outras. No entanto, o cálculo não considera a perda de qualidade de vida que, nos EUA, é calculada em US$ 2,4 milhões.

Também foi considerado, neste levantamento, que os gastos com acidentes em estradas são maiores em relação aos ocorridos em vias urbanas, em razão da violência do impacto, colisão ou capotamento, ocasionada pela alta velocidade com que os veículos trafegam nas estradas; danos materiais elevados; e maior quantidade de vítimas fatais.

Trecho

Conforme o estudo, o trecho mais crítico é o da BR 280, nas proximidades de Barracão, onde 78 pessoas ficaram feridas e quinze morreram em acidentes no ano passado. O segundo trecho mais perigoso é o quilômetro 86 da BR-163, que registrou, em 2002, 58 feridos e 11 mortos. O quilômetro 385 da mesma rodovia vem em terceiro lugar, com 88 feridos e 6 mortos. Nas rodovias pedagiadas, o estudo diz que o trecho mais crítico é o quilômetro 100, da BR-277.

O Paraná conta com 15.300 km de malha rodoviária, sendo 144 rodovias sob a jurisdição do DER-PR, dezesseis federais (com trechos que cortam o Estados delegados para administração do DER) e outras 128 estaduais.

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