Estudo analisa variações climáticas

As variações climáticas produzidas por fenômenos como El Niño e La Niña interferem, positiva ou negativamente, na reprodução de algumas espécies de peixes. O estudo, feito pelo Grupo de Meteorologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em parceria com a Fundação da Universidade do Rio Grande e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), tem como proposta utilizar esses peixes como indicadores para mudanças climáticas na região meridional da América do Sul. O trabalho também demonstrou como as variações de clima podem trazer impacto para diversas populações.

Os estudos fazem parte de um dos subprojetos do Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira, do Ministério do Meio Ambiente, e teve como fonte de pesquisa peixes da Lagoa dos Patos, no Rio Grande do Sul. A doutora em meteorologia e coordenadora do Grupo de Meteorologia da UFPR, Alice Grimm, disse que os trabalhos apontaram que as variações tinham influência no aumento ou diminuição na população, principalmente pelo excesso ou falta de chuva.

Para verificar os componentes climáticos, Alice Grimm explicou que os pesquisadores utilizaram nove modelos, que foram comparados e projetados, com base nos períodos de 1961 a 1990 e 2071 a 2100, sob condições de emissão de gases de efeito estufa e aerosóis. ?O estudo faz a projeção de que se as emissões de gases continuarem iguais aos primeiros trinta anos estudados, haverá variações significativas no clima?, comentou.

Na região Sul do Brasil o inverno poderá ter um acréscimo de mais de três graus, e no verão a variação será de mais de dois graus. Já em relação às chuvas, o indicador é de que ocorra um aumento menos expressivo, com cerca de 0,5 milímetro por dia. Mas os modelos indicam que em regiões como a Amazônia a variação da temperatura pode ser de 5 a 8 graus. A pesquisadora destacou que esses estudos indicam apenas possibilidades, mas o que precisa se levar em conta são as informações quantitativas sobre a influência das mudanças climáticas nos ecossistemas.  

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