Estudantes impedem reabertura de rua

Um grupo de estudantes da Faculdade Facinter, localizada na Rua Saldanha Marinho, no centro de Curitiba, impediu ontem pela manhã, o início das obras para a reabertura da via. Transformada em um calçadão em 1987, a Saldanha Marinho deverá voltar a ter fluxo de veículos no trecho entre as ruas do Rosário e Dr. Muricy. A obra tem o apoio da maioria dos comerciantes instalados no local, que apostam no movimento da rua para acabar com o problema de marginalidade no local.

A Polícia Militar foi chamada para conter os ânimos. As máquinas que foram enviadas para dar início as obras não puderam entrar na rua. Segundo o assessor da diretoria da Faculdade Alfredo Angelo Pires, a instituição defende a manutenção do calçadão. “Quando nós locamos o prédio já tinha o calçadão”, falou. Pires afirma ainda que a via é utilizada como pátio pelos alunos. O assessor não acredita que a abertura de uma rua iria inibir a ação de marginais e desocupados na região. “Além do mais, o barulho iria atrapalhar as aulas”.

Para o comerciante José Carlos Faret, quando o calçadão foi construído, os proprietários da rua pagaram pela obra, que tinha como proposta a arborização, bancos e iluminação. “Mas isso não aconteceu, e a via virou mictório público e ponto de drogas”, disse. Faret acredita que, com a movimentação de carros nesse trecho da Saldanha Marinho, esses problemas acabarão.

Uma revitalização total e maior policiamento na rua são as alternativas apontadas pelo comerciante Gustavo Auer. “A rua está abandonada e nós temos o mesmo direito que os comerciantes da Rua XV”, aponta, se referindo às constantes obras que são feitas na Rua XV e não nas demais vias do centro. Segundo ele, muitas lojas instaladas na Saldanha Marinho estão vazias porque os proprietários não conseguem alugar. “Isso é reflexo da falta de segurança”, comenta.

O capitão da Polícia Militar Douglas Dabul disse que a polícia vem realizando diversas operações no centro da cidade, e isso inclui a Saldanha Marinho. “Nós temos feito tudo o que é possível para manter a segurança”, garantiu. Os representantes da Faculdade Facinter prometeram mobilizar a criação de uma associação para resolver o impasse.

A Prefeitura informou que a reivindicação da abertura da Rua do Rosário foi feita pela Associação Catedral, que reúne moradores, lojistas e empresários das ruas do Rosário, José Bonifácio, Saldanho Marinho, Cruz Machado, Augusto Stellfeld e Dr. Muricy. Segundo a Prefeitura, na semana passada a associação realizou uma reunião com seus representantes para votar a favor ou contra a realização da obra. Das 60 pessoas presentes, 57 votaram a favor da retirada do calçadão. O representantes da Facinter serão recebidos hoje pelo secretário de governo Geraldo Siqueira, mas ainda não está definida a data de início da obra.

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