Estudantes criam “pendura honesta”

O tradicional Dia da Pendura será só amanhã, 11 de agosto, mas os acadêmicos de Direito de quatro instituições de Curitiba se anteciparam e promoveram ontem, no Restaurante Novo Madalosso, no bairro de Santa Felicidade, a “pendura honesta”. Ao contrário da tradicional “pendura”, em que os alunos comem, bebem e ao final declamam um texto lembrando que se trata do Dia do Advogado e por isso não devem pagar, na “pendura honesta” há negociação com o dono do estabelecimento, e os acadêmicos pagam pelo o que consomem, mas por um preço diferenciado. Isso não significa, no entanto, que os restaurantes estarão imunes à velha prática amanhã.

Maurício Stegemann Dieter, de 20 anos, aluno do 2ºano da Universidade Federal do Paraná (UFPR), é um dos que defendem a manutenção do tradicional Dia da Pendura. A idéia, segundo ele, não é causar prejuízo ao dono do estabelecimento. “Não é uma prática agressiva. Em última instância, a gente pode pagar”, defende. No ano passado, conta Maurício, ele e sete colegas foram ao Café Milano, comer e beber à vontade. Ao final, um deles começou a declamar, lembrando que se tratava do Dia da Pendura. O gerente acabou aceitando a brincadeira e liberou a conta.

Assim como foi criado o “trote solidário”, a “pendura honesta” surgiu como uma alternativa sadia. “Com tantas faculdades de Direito, não há como 6 mil ou 7 mil alunos comerem e beberem de graça”, reconhece Maurício. A iniciativa, na capital, partiu do Centro Acadêmico Clotário Portugal, das Faculdades Curitiba. Este ano, ganhou a adesão do Centro Acadêmico Hugo Simas, da UFPR, além da Universidade Tuiuti e Pontifícia Universidade Católica. “Em São Paulo, por exemplo, aproveitam o Dia da Pendura para distribuírem sopa”, lembra Maurício.

O gerente do Madadalosso, Ernâni Ribas do Vale, aprova a idéia. “Os meninos vêm hoje com outra mentalidade. Sabem que, ser a pendura for feita em estabelecimento pequeno, podem até quebrá-lo”, comenta. Esse é o quarto ano consecutivo que o restaurante é cenário da “pendura honesta”. Foi negociada com os alunos uma taxa de R$ 12,00 por pessoa para o jantar, e as bebidas ficaram por conta da casa.

Voltar ao topo