Estudantes aprendem como cuidar bem dos rios

Estudantes e a comunidade que vivem ao redor da Represa do Iraí, responsável pelo abastecimento de 40% da Região Metropolitana de Curitiba, estão aprendendo a cuidar melhor dos rios que abastecem o lago. Ontem, Dia Mundial da Água, eles apresentaram na câmara municipal de Quatro Barras uma maquete da represa, que servirá de orientação para o trabalho de monitoramento da poluição nos mananciais. Um milhão de pessoas dependem da represa.

O programa ProLago é fruto de uma parceria da Sanepar e da ong Mater Natura. De acordo com a coordenadora do projeto, Tereza Urban, a comunidade tem uma responsabilidade muito grande na limpeza e conservação dos rios que abastecem a represa. Por isso os estudantes, empresas e a comunidade foram convocados a participar. “A maquete serve para que eles se enxerguem ao redor da represa e compreendam seu papel”, afirma.

Cerca de 35 mil pessoas moram na Área de Proteção Ambiental (APA) da represa, que engloba parte dos municípios de Quatro Barras, Piraquara, Pinhais, Campina Grande do Sul e Colombo. Desde fevereiro do ano passado estudantes destas localidades fazem um trabalho de monitoramento da qualidade da água e limpeza. Segundo a estudante Meri Zatoni, de 17 anos, a água ainda está suja, mas sente que já houve uma melhora em relação ao comportamento das pessoas. O irmão de Meri, Damião Zatoni, 15, que agora também monitora a água, é exemplo disso. “Antes eu jogava papel na rua. Agora sei que ele vai parar nas galerias de água e acaba entupindo e sujando a água”, comenta. Os resultados das análises da água são apresentados a cada dois meses em audiências públicas e a solução para os problemas é discutida.

Aniloren Bürkner, 18, participava do projeto enquanto estudava. Agora que terminou o segundo grau atua como educadora ambiental júnior e ajuda os estudantes. “Estou passando minha experiência para eles”, comenta. Aneloren destaca que agora ela conhece melhor a região onde vive e sabe a importância que têm os rios que cortam a região. “Moramos numa região privilegiada que é fonte de água para muita gente”, define.

Amostras de água dos rios Timbu, Curralinho, Canguiri e Cercado, os principais afluentes da represa estavam em exposição. Mostrava os trechos mais limpos e sujos de cada um. A situação mais crítica era do rio Curralinho, onde a água estava totalmente escura, sendo resultado do despejo de esgoto. O biólogo da ong Mater Natura, Alexandre Lorenzetta, conta que as amostras serviam para sensibilizar as pessoas sobre a importância de se preservar a água. “Todas elas a gente vai tomar”, diz. Tereza destaca que depois que o projeto começou, várias comunidades intensificaram a coleta de lixo e mais árvores foram plantadas.

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