Estação Porto de Cima será toda restaurada

Hoje, quem desce a Serra do Mar de trem e passa pela estação ferroviária Porto de Cima, em Morretes, vê apenas uma construção antiga, encoberta pela vegetação e em má estado de conservação. Porém, no que depender da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária (ABPF), que tem a guarda do local, a estação deve passar por um processo de restauração e, a partir do ano que vem, voltar a receber turistas e pessoas que buscam informações sobre a história da rede ferroviária do Paraná.

Segundo o diretor administrativo regional da entidade, Carlos Dias Correa Augusto, a estação Porto de Cima é a única, entre Roça Nova e Morretes, que tem estrada de acesso direto, permitindo que os interessados possam chegar de carro. Ela foi criada em 1882, como uma parada de serviço para quem descia de trem de Curitiba para Paranaguá. Na década de vinte, uma nova edificação foi construída, se mostrando bem mais cômoda e agradável aos usuários do transporte ferroviário. “A estação se tornou bastante útil, principalmente à população local da Vila de Porto de Cima. Eram pessoas que, na maioria, lidavam com erva-mate”, conta Carlos.

A edificação atual foi construída nos anos 40, deixando de funcionar há cinco anos. O trem que desce a Serra do Mar deixou de tê-la como um ponto de parada, mas montanhistas não cansam de se aventurar pelo local, tirando fotos e admirando a construção. “Todos devem ter a oportunidade de conhecer a estação Porto de Cima. Restaurá-la é uma forma de preservar a memória do Paraná, evitando que parte da história se perca”, e explica.

Restauração

A restauração deve ser iniciada dentro de sessenta dias, sob uma parceria firmada entre ABBPF, o empresário Fernando Matarazzo, Eco Paraná, empresa Serra do Mar, Banco Regional de Desenvolvimento e Prefeitura de Morretes. “No momento, algumas pessoas estão fotografando a região, fazendo os últimos orçamentos e tentando contato com algumas universidades, que possam apoiar o projeto de restauração”, explica, prevendo a limpeza da área e o início dos reparos em dois meses. “Até o fim do ano, deve estar em fase de finalização.”

Carlos revela que a idéia é não alterar a arquitetura original da edificação atual e também restaurar algumas casas, localizadas nos arredores da estação até os anos 40, recriando parte da Vila da Estação de Porto de Cima. Depois da restauração acabada, a intenção é que o lugar se torne um centro de pesquisa de flora e fauna. Já as casas deverão servir de abrigo a estudantes, turistas e pesquisadores que visitarem o local.

Benefícios

A recuperação da estação não deve trazer benefícios apenas aos estudiosos e turistas, mas à população local da vila de Porto de Cima. “Além de valorizar os potenciais histórico-culturais e ambientais da região, a reativação vai promover novas oportunidades de emprego e renda aos moradores”, diz Carlos. “Com a estação restaurada, já sabemos que vamos precisar dos serviços de seguranças, cozinheiras, camareiras, pessoal de limpeza, jardineiro, entre outros.”

A previsão é de que a restauração custe entre R$ 200 mil e R$ 250 mil. A ABPF espera que, nos próximos meses, novos parceiros se manifestem e se mostrem interessados em contribuir com o projeto.

Voltar ao topo