Especialistas em busca e salvamento

Michele Dupont, 26 anos, e o namorado, Diogo Tsuneto, 23 anos, resolveram subir o Pico do Paraná no último feriado. Cansado, o casal resolveu parar um pouco no meio do caminho. A noite veio e ainda estavam longe do cume onde estavam as barracas. O vento e o frio eram intensos e ela começou a passar mal. Por um celular, pediu ajuda. O resgate foi feito pelo Grupo de Operações de Socorro Tático (Gost) do Corpo de Bombeiros, criado no início do mês passado, especializado em fazer operações de busca e salvamento.

Por mais de 15 anos este tipo de atendimento era feito pelos seis grupamentos e subdivisões do Corpo de Bombeiros. Mas agora o grupo vai ter treinamento específico para ocorrências que envolvem operações aquáticas e salvamentos terrestres.

O Gost reúne 19 homens. O comandante, major Samuel Prestes, explica que o grupo é formado por oficiais especialistas em várias áreas, como pára-quedistas, montanhistas, nadadores, socorristas e especialistas em incêndios florestais. Por enquanto, o grupo vai ficar baseado na Sede do 6.º Grupamento de Bombeiros, em São José dos Pinhais – saída estratégica para as montanhas da região e rodovias. Mas a atuação dos oficiais será em todo o Estado.

Criado há pouco mais de um mês, o grupo já fez uma grande diferença na vida de Michele e Diogo. Eles resolveram subir o Pico do Paraná junto com outros amigos, mas ninguém tinha muita experiência. Ela sabia que a caminhada seria difícil, mas não imaginava que não teria forças para ir até o fim. Eles conseguiram chegar até o primeiro acampamento, às 15h, e resolveram parar para descansar. Sem forças, decidiram ficar ali mesmo. Ligaram para os colegas, que haviam seguido em frente para trazer a barraca. Os amigos voltaram, mas o material havia ficado no cume. Faltava pelo menos umas duas horas de caminhada para chegar até o local. Anoiteceu e Michele começou a ficar apavorada e a passar mal, com falta de ar. Resolveu ligar para o 190. Em seguida, recebeu uma ligação do Gost, pedindo a localização e as condições de saúde. Enquanto os bombeiros iniciavam a subida, Michele, com ajuda de um dos colegas que haviam voltado, chegou ao cume. "Ventava muito e estava muito frio. Passei muito mal e fui quase arrastada", lembra. No acampamento se alimentou, mas não conseguiu dormir. Sabendo das condições de segurança do casal, os bombeiros esperaram amanhecer para terminar o resgate. "Fiquei mais tranqüila sabendo que estavam a caminho. Só consegui ir adiante porque eles passaram uma confiança muito grande", disse Michele. Na última sexta-feira, o casal foi até o quartel para agradecer. "Eles salvaram a minha vida", diz ela. 

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