Espaço em xeque nos cemitérios municipais do Estado

Superlotação em cemitérios municipais já é realidade em várias cidades no Paraná. Mesmo sabendo que a atual estrutura não deve durar muito tempo, praticamente não há definições para ampliar o serviço. Enquanto isso, as administrações de cemitérios se viram como podem para garantir o atendimento à população, pelo menos para os próximos anos.

Em Cascavel, oeste do Estado, a Administração de Cemitérios e Serviços Funerários (Acesc) encontrou como solução temporária fazer mais gavetários nos três cemitérios já existentes. A previsão é que a atual estrutura dê conta da demanda por no máximo um ano.

“Estamos construindo cemitérios verticais – os gavetários – para segurar a demanda até que se compre um novo cemitério, o que é inevitável. Mas não está nada previsto ainda”, alerta Marta Dias de França, da Acesc.

Da mesma forma estão superlotados os dois cemitérios municipais de Pato Branco, no sudoeste. “Para 2009, a prefeitura quer construir um novo cemitério e não fazer novos túmulos nos que já existem, porque não tem espaço para novas capelas”, avisa o secretário municipal de Engenharia, Obras e Serviços Públicos, Vlademir Dal’Ross.

A administração também tem se voltado para os gavetões, que podem ser ocupados por até cinco anos. Após esse período, os restos mortais seguem para um ossário. Porém, a dificuldade é ultrapassar a tradição.

“Fizemos mais de cem gavetões em 2006 e ainda tem uma boa quantidade para ser ocupada. Mas não adianta, aqui na região é cultural, a pessoa quer capela, não gavetão”, diz.

O investimento em gavetões também foi a saída para superar o déficit de vagas nos cemitérios municipais de Curitiba. Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o enterro de pessoas carentes e indigentes está assegurado pelos próximos dez anos.

Londrina

Dos cinco cemitérios municipais de Londrina, na região norte, existem vagas apenas no Jardim da Saudade. “Existe certo receio das famílias com o Jardim da Saudade, onde ainda não tem calçamento. O cemitério que temos é muito simples, precário, e, talvez, as pessoas quisessem um local melhor”, admite a superintendente da Administração de Cemitérios e Serviços Funerários (Acesf) de Londrina, Camila Menezes. Este ano, a prefeitura abriu licitação para resolver o problema e construir jazigos, mas não apareceram empresas interessadas.

Pela legislação local, a Acesf pode lançar editais por abandono e má conservação do túmulo, quando os terrenos voltam para o município e podem ser novamente comercializados.

“Ainda não tivemos nenhum caso de não conseguir sepultar, mas a cidade está crescendo e precisamos de novos locais”, teme Menezes. Londrina também tem muita procura por municípios próximos, como Cambé.

Segundo a superintendente, existem dois grupos de cemitérios particulares em fase de implantação, sendo que um deles começa a ser construído em março de 2009.

Situação diferente é a do Cemitério Municipal de Maringá, segundo o secretário de Serviços Públicos, Vagner Mússio. “O nosso cemitério pode receber novos pedidos pelos próximos quatro anos. Temos estudos para aquisição de um novo terreno, mas até agora não houve necessidade.”

Meio ambiente e tecnologia

A carência de oferta de novos espaços para cemitérios não está vinculada a restrições ambientais, mas sim à falta de tecnologia que empresas ou municípios possuem. Quem atesta isso é o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Rasca Rodrigues.

,”Desde que haja isolamento, o risco dos cemitérios para o meio ambiente e para a contaminação do lençol freático é muito baixo. No processo de licenciamento, a legislação exige canalização da água e isolamento”, explica.

Depois da implantação da resolução 335, de 2003, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) decidiu, em 2006, modificar as normas para construção de cemitérios em áreas de mananciais para que ficassem mais compatíveis com a necessidade das prefeituras.

Até então, estava proibida a construção de cemitérios em áreas de mananciais com reservatórios de águas, lagos ou rios para abastecimento humano. Agora, volta-se a permitir a construção de cemitérios nesses locais, desde que se mantenha a distância de no mínimo 1,5 metro de lençóis freáticos e um sistema adequado para drenagem da água da chuva.

Fica mantida a proibição de obras para áreas de proteção permanente. Em Curitiba, a liberação de novos terrenos parte da Secretaria de Meio Ambiente, que faz o acompanhamento para verificar se o gerenciamento de resíduos está sendo feito da forma correta.

Cremação pode ser alternativa ao problema

Apesar de freqüentemente ser vista como uma escolha mais cara que o enterro (o que nem sempre é verdade), a cremação pode ser um caminho para reduzir a superlotação em cemitérios. No Brasil, apenas nas últimas décadas a cremação começou a ganhar mais adeptos.

No entanto, países que sofrem com a falta de espaço e com grande número de habitantes, como o Japão, têm a cremação como principal opção. Esse foi um dos motivos que levou o vereador Mário Celso Cunha (PSB) a apresentar na Câmara de Vereadores de Curitiba um projeto de lei para a criação de um Crematório Municipal. O diferencial do projeto está na vinculação da cremação, gratuita, com a doação de órgãos para transplante.

A iniciativa contribuiria para diminuir a carência no banco de doadores e a fila de 70 mil brasileiros na espera por um transplante. No Crematório Vaticano, que já oferece a cremação em Curitiba, a partir de hoje os familiares podem adquirir um novo serviço, que transforma os restos mortais em diamante. Por meio de compressão das moléculas de carbono, presentes nas cinzas humanas, pode-se fazer uma jóia para pingente ou anéis.

Dia de Finados em Curitiba

* Cemitério Parque São Pedro. Homenagens começam às 10h, com cerimônia ecumênica, atividades para as crianças e revoada de pombos-correio.
* Cemitério Água Verde. Missa com dom Dirceu Vegini e padre Reginaldo Manzotti às 16h. Praça Sagrado Coração de Jesus, s/n.º Tel: (41) 3242-2912
* Cemitério São Francisco de Paula. Missa às 8h30, 10h e 15h. Praça Souto Maior, s/n.º Tel: (41) 3321-2917
* Cemitério Boqueirão Missa às 8h, 12h e 15h. Rua Waldemar Loureiro Campos, 2977. Tel: (41) 3276-4561
* Cemitério Santa Cândida. Às 8h, 10h, 11h15, 14h30, 16h e 19h missa na igreja. Rua Pe. João Wislinski, 755. Às 9h, 10h30 e 15h missa no cemitério. Estrada de Colombo, s/n.º Tel: (41) 3256-2941
*  Paróquia Sant’Ana – Cemitério Campo Comprido. Às 8h missa na igreja e às 10h missa no cemitério. Após a missa, bênção aos túmulos. Rua Eduardo Sprada, 3640. Tel: (41) 3373-2725
* Paróquia Nossa Senhora de Lourdes Cemitério Abranches. 8h – missa com procissão até o cemitério e bênção aos túmulos. Oração do terço de hora em hora no Cruzeiro. Rua Vitório João Brunor, 688. Tel: (41) 3354-3637
* Paróquia São Pedro de Umbará -Cemitério Umbará. Missa às 10h e às 16h, terço às 15h. Rua Nicola Pelanda, 5000. Tel: (41) 3348-1612
* Paróquia Sto Antônio – Cemitério Nova Orleans. Às 9h missa no cemitério. Às 7h30, 10h30, 15h e 19h missa na igreja. Rodovia do Café, km 4. Tel: (41) 3285-4101