Esgoto provoca reclamações em SJP

Parte dos moradores do loteamento Vila Jurema, no Rio Pequeno, em São José dos Pinhais, Grande Curitiba, está indignada com o esgoto a céu aberto que passa em frente a suas casas. Os que mais sofrem são os habitantes da Rua Maria Antônia Chinda. Os terrenos estão localizados em um banhado e o esgoto das casas que ficam em lotes mais altos acaba atingindo as residências.

O vigilante Libanio dos Santos, que há um ano e meio mora no lugar com a família, diz que, principalmente à noite e em dias muito quentes, o cheiro é insuportável. “Quase não dá para respirar. O cheiro entra dentro de casa, invadindo quartos e cozinha. É um horror!”, conta.

A maior preocupação dos moradores são as crianças pequenas. Segundo o auxiliar de produção Jorge Ferreira dos Santos, é muito difícil evitar que elas brinquem em áreas próximas ao esgoto. “Os pais precisam ir trabalhar e não há como impedir que elas saiam para brincar na rua. Muitas já ficaram doentes, tendo vômitos e diarréia”, afirma. “Minha própria enteada, de 10 anos, já teve problemas de saúde. Tenho quase certeza que eles foram causados pelo contato com o esgoto”.

Já o vigilante Vilmar de Fátima de Jesus tem um lote no local há nove anos. Ele não consegue construir sua casa porque a água do esgoto escorre direto para dentro de seu terreno. “Também não tenho condições financeiras para fazer uma drenagem”, explica.

Ele conta que, assim como outros moradores, paga seus impostos e acha um absurdo a prefeitura não se mobilizar para resolver o problema. “Já entramos em contato com a prefeitura diversas vezes, mas nada foi feito. Acreditamos que é muito simples resolver o problema. Basta que seja realizada a colocação de manilhas”.

Lotes antigos

Segundo o secretário municipal de Viação e Obras Públicas de São José dos Pinhais, Leopoldo Costa Meyer, o problema acontece nos loteamentos antigos e não é exclusividade da Vila Jurema. Ele contou que esses loteamentos foram aprovados na planta, nas décadas de 50 e 60. “Naquela época não era necessária nenhuma infra-estrutura. Agora isso não acontece mais”, contou Meyer, destacando que existem duzentos quilômetros de valas que devem ser fechadas pela prefeitura do município. “Já canalizamos cerca de 40 mil metros. Inclusive parte da Vila Jurema já foi contemplada. Todavia, o trabalho é grande”, salientou o secretário. Meyer lembrou que o problema foi originado quando moradores começaram a jogar esgoto doméstico nas valas. “A função inicial das valas era canalizar a água das chuvas e não esgoto”, ressaltou. (Colaborou Lawrence Manoel)

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