Escolas aceleram os preparativos do Carnaval

As escolas de samba de Curitiba trabalham em ritmo acelerado para aprontar tudo até o Carnaval. Nos ateliês, costureiras e voluntários dão vida às fantasias. Em barracões, carnavalescos fazem os últimos retoques nos carros alegóricos e, nas quadras, coreógrafos e passistas ensaiam para garantir que as escolas vão estar afinadas na avenida. Apesar de tanto trabalho e da falta de verba, a amizade e o espírito de solidariedade entre os integrantes é que garante que o Carnaval não vai acabar em Curitiba.

Edina Duarte Prestes, de 76 anos, costura sozinha todas as fantasias da ala das baianas da Escola de Samba Embaixadores da Alegria. Mas além de trabalhar na confecção ela também vai para a avenida, rotina que cumpre há 21 anos. “Quero ainda desfilar bem velhinha, com 80 anos, em cima de um carro”, diz. A alegria e a emoção que Edina sente quando desfila, ela transmitiu aos netos que cresceram participando de carnavais junto com a avó. “Quando comecei a desfilar minha neta tinha 6 meses”, lembra. Agora Priscila de Castro Maria tem 20. Ela conta que aos oitos ajudava a despregar lantejoulas e com 14 anos já trabalhava para enfeitar as fantasias. “Aprendi a valorizar a escola. Acho importante o desfile, pois leva a cultura para o povo”, afirma.

Baby Garon é quem cria as fantasias. Ela ganha dinheiro trabalhando para gente de outras cidades, fora isto, dedica todo seu tempo para ajudar a escola. Atividade que realiza desde 1983. Para ela, ver o trabalho pronto na avenida e a alegria de quem assiste são a duas recompensas de que precisa. Ela só reclama que as avenidas são pequenas e ela não pode criar as fantasias de destaque.

O coreógrafo também trabalha por amor a arte. Graziami Canalli é bailarino do teatro Guaíra e confessa que no início não quis aceitar o convite, mas o tempo fez ele mudar de idéia e há 6 anos leva a escola para a avenida. “Como eles não são profissionais, preciso criar coreografias que eles consigam realizar”, explica.

A organização de toda esta gente também dá trabalho. Suzi Franco D? Avila é a presidente da Embaixadores e além da parte administrativa, ajuda na produção das fantasias. Diariamente ela, e outros voluntários trabalham desde às 9h até 1h da madrugada. “Seria mais fácil se eles liberassem as verbas pelo menos na metade do ano anterior”, afirma. Este foi o motivo que tirou a Embaixadores do Carnaval do ano passado: o dinheiro havia chegado 15 dias antes do início da festa.

A Fundação Cultural de Curitiba liberou este ano a verba no fim de janeiro. As escolas do grupo especial receberam R$ 18 mil, as do grupo de ascensão R$ 11 mil e os blocos R$ 2 mil. O desfile será na Avenida Cândido de Abreu.

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