Descaso

Escola no Capão da Imbuia está caindo aos pedaços

O que seria o progresso se tornou pesadelo. Esta é a sensação de alunos e professores da Escola Estadual República Oriental do Uruguai, no Capão da Imbuia, que desde o início da reforma para troca do telhado, forros e fiação elétrica convivem diariamente com as consequências do trabalho malfeito que virou impasse judicial. Metade das salas de aula está prejudicada, com infiltrações e goteiras, que interferem diretamente na rotina do local.

O problema começou em maio, quando iniciaram as obras por empresa contratada pela Secretaria da Educação (Seed). “Eles tinham problemas com a segurança e a qualidade dos serviços.

Destelharam duas salas num fim de semana que estava propenso a chover, mas não cobriram. E choveu”, lembra a pedagoga e diretora auxiliar da escola, Sumar Aparecida Sellmer Ziothovski, que preferiu não divulgar o nome da empresa.

Além disso, por aproximadamente 40 dias, algumas salas de aula ficaram sem luz e internet e telefone não funcionavam. Sumar conta que os funcionários deixavam pregos e cacos de vidro espalhados pelo chão, jogavam entulho nas salas, comprometendo a estrutura da escola. Em uma destas salas, por pouco não aconteceu uma tragédia. O piso cedeu e uma aluna ficou com o pé pendurado no buraco que se abriu no chão, que também é o teto da sala no andar inferior. Agora os estudantes das duas turmas conseguem se comunicar pela abertura.

Novo contrato

A pedido da instituição, a prestadora de serviço foi trocada por novo contrato para execução da obra. No entanto, a primeira empresa entrou na Justiça e conseguiu liminar que, no mês passado, suspendeu o trabalho. Desde então o serviço está inacabado, o forro está cedendo e a água não para de entrar em 12 salas de aula, que continuam recebendo estudantes. A secretaria, a direção, a biblioteca e o espaço da equipe pedagógica estão interditados. “Deixamos os alunos em espaços inapropriados, os professores estão estressados”, lamenta a pedagoga.

Seed aguarda solução

Em nota, a Seed informa que recorreu da decisão e espera que a solução seja encaminhada nos próximos dias. “A Justiça determinou prazo de 24 horas para que a primeira empresa contratada deposite valor arbitrado para perícia das obras e concedeu 72 horas para apresentação de laudo pericial”, diz.

A obra deverá ser retomada após este período e a previsão é que isso aconteça na próxima semana. (CGB)