Epidemia de dengue pode atingir 94 cidades do Estado

Noventa e quatro municípios do Paraná correm risco de epidemia de dengue, segundo a Secretaria da Saúde. A informação leva em conta duas metodologias complementares – Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti e o Levantamento de Índice Amostral.

Destes, 12 municípios têm alto risco de epidemia, pois apresentam índices de infestação predial superiores a 4%, 75 municípios estão em situação de alerta, pois têm índices entre 1% e 4% e sete são infestados com o mosquito da dengue e não informaram dados.

“Municípios que informam os dados e fazem o dever de casa são mais fáceis de acompanhar e, se necessário, intervir. O problema é quem não notifica os índices no sistema e pode estar em situação crítica, sem que ao menos possamos ajudar no enfrentamento da dengue”, disse o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz.

A maioria dos municípios em situação de alerta está localizada no oeste e noroeste do Estado. Historicamente, essas regiões têm condições climáticas favoráveis para o desenvolvimento do Aedes Aegypti.

Inclusive, existem cidades, como Foz do Iguaçu e Guaíra, que já enfrentaram epidemias em anos anteriores e podem sofrer com o aumento no número de casos graves da doença este ano.

“Como três sorotipos de dengue já circularam no Paraná e o quarto sorotipo circula em estados que fazem fronteira com o nosso estado a preocupação aumenta. “O caso grave (dengue com complicação ou dengue hemorrágica) ocorre geralmente quando uma pessoa que já teve dengue, Den 3 por exemplo, que predominou no ano de 2007, é contaminada por outro sorotipo, Den 1 que é o que mais circula neste ano”, disse o coordenador da Sala de Situação da dengue, Ronaldo Trevisan.

Ações

Nesta semana aconteceu a 19ª reunião do Comitê Gestor Intersetorial de controle da dengue, em Curitiba, na qual as regionais de saúde apresentaram as ações feitas pelos municípios na semana de mobilização ocorrida entre os dias 19 e 25 de novembro.

A Secretaria da Saúde enviou às regionais de saúde e aos municípios 250 mil cartazes e 2 milhões de folhetos com a campanha “`Não crie mosquito em casa! Deixe o agente entrar e mantenha a sua casa livre da dengue”, incentivando a população a receber e acompanhar o agente de endemias, acatando as orientações. O tema foi escolhido porque 95% dos criadouros estão nas residências, sendo que cerca de 50% se desenvolvem no lixo reciclável.

Em outubro, o secretário da Saúde, Michele Caputo Neto encaminhou um ofício aos prefeitos ressaltando a importância da manutenção dos agentes de endemias e dos agentes comunitários de saúde no momento de transição da gestão dos municípios.

“Interromper este trabalho pode comprometer as ações de prevenção, aumentando o risco de uma epidemia de dengue”, enfatizou. Ele também pediu ao Ministério Público Estadual para que acompanhe a questão.

Capacitação

Na quarta-feira (28) a Secretaria da Saúde promoveu o I Seminário de integração do agente de controle de endemias nas equipes da Estratégia Saúde da Família, que reuniu profissionais de todas as regiões do Paraná.

Durante o encontro, técnicos dos programas municipais de combate à dengue e da área de atenção básica relatam experiências das equipes integradas. “Com a integração, os agentes de endemias participam das reuniões da equipe da Estratégia Saúde da Família, bem como os agentes comunitários de saúde verificam se existem criadouros nas residências. Isto possibilita que ambos tenham uma visão mais ampla de como prevenir, pois trocam informações nas reuniões semanais”, afirma a coordenadora o departamento de Vigilância Ambiental da Secretaria da Saúde, Ivana Belmonte.

Além disso, eles trabalham juntos na reestruturação do território, participam de capacitações para a educação continuada, padronizam uniformes e carga horária de trabalho.

Outro benefício foi a aproximação do agente de endemias com as unidades básicas de saúde. “As ações dos agentes comunitários de saúde e dos agentes de endemias são complementares e fundamentais e a intenção não é substituir um pelo outro”, reforça a coordenadora.

Veja aqui a lista dos municípios com risco de epidemia.

http://www.sesa.pr.gov.br/arquivos/File/tabeladengue.pdf

O Informe completo da dengue pode ser acessado na página:

www.combateadengue.pr.gov.br

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