Encenação da Paixão de Cristo comove fiéis

Tradicional no calendário de Curitiba, a encenação da Paixão de Cristo, realizada pelo grupo teatral Lanteri, emocionou os milhares de fiéis que estiveram na noite de ontem na Pedreira Paulo Leminski. Realizada há 31 anos pelo grupo, a apresentação deste ano trouxe novidades. Além dos novos cenários, o tempo de apresentação foi reduzido: 1h40.

Para o diretor Aparecido Massi, essas alterações foram importantes para atrair ainda mais a atenção do público durante o espetáculo. “Para quem esteve nos palcos não mudou muito, mas para o público o espetáculo ficou bem mais dinâmico por conta da movimentação dos personagens”, conta Massi, que também atuou nas cenas de abertura da apresentação e no sermão do morro.

Essa foi a quarta vez que o estudante Jefferson Luis Coutinho, de nove anos, esteve nos palcos da Paixão de Cristo. “É muito legal estar no meio dessa grande produção”, afirma Coutinho que, em seu papel, é batizado por Jesus.

Há seis anos Cesar Kuzma é responsável por interpretar Jesus Cristo no espetáculo. Para ele, trata-se de uma realização pessoal. “Ser Jesus na encenação é uma experiência única e muito particular. Cada vez que faço é diferente. Representar aquele que sustenta a minha própria fé é muito emocionante”, afirma Kuzma, que é professor de Teologia da Pontifícia Universidade Católica do Paraná.

A espectadora Aparecida Mendonça Álvares atuou na encenação durante 14 anos. Ontem, ela estava emocionada ao rever a apresentação de outro ângulo. “Todos os anos a Paixão de Cristo é emocionante. Cada vez que assisto saio renovada”, relata.

Para o próximo ano, Massi afirma que o Lanteri já está programando algumas alterações na encenação da Paixão de Cristo. “Estamos estudando a possibilidade de tornar a peça ainda mais dinâmica para o público. Queremos implantar um narrador evangelista na peça, num totem. Isso fará com que o público tenha novamente aquela sensação de estar ouvindo uma história”, adianta o diretor.

Procissão encerra as celebrações

Flávio Laginski

Ciciro Back
Via Sacra terminou na catedral.

Milhares de católicos participaram ontem da Procissão do Senhor Morto e da Celebração da Paixão e Morte do Nosso Senhor Jesus Cristo, em Curitiba. A celebração começou na Igreja do Perpétuo Socorro, no Alto da Glória, e terminou na Catedral Basílica, na Praça Tiradentes, no centro da capital.

De acordo com agentes da Diretran, havia cerca de três mil pessoas na procissão. A celebração da paixão e morte é considerada uma das mais importantes para os católicos.

O bispo da Arquidiocese de Curitiba, dom Moacyr José Vitti, conta que a paixão e morte de Cristo é importante porque celebram a maior manifestação de Deus na Terra. “Cristo é o cordeiro que veio para o mundo para nos livrar do pecado. Sua ressurreição, comemorada na Páscoa, significa sua glorificação”, afirma.

A dona de casa Marival Tavares diz que participa das celebrações da semana santa desde que era criança. “Para mim, a semana santa tem a mesma força que o Natal”, garante. A mesma opinião é compartilhada pela voluntária da pastoral hospitalar e ministra da eucaristia Francisca Lupes. Para ela, esse é um momento de reflex&ati,lde;o.

“É um dia em que devemos relembrar que Jesus Cristo deu a sua vida para nos salvar”, comenta. O aposentado João Francisco de Aguiar diz que faz questão de acompanhar os ritos da semana santa todos os anos. “Acredito que é o período mais importante para o catolicismo”, avalia.