Empresas usam software e alfabetizam funcionários

Um software voltado à alfabetização de jovens e adultos, desenvolvido em Curitiba pela pedagoga Simone Flauzino, com patrocínio da Copel, vem chamando a atenção não só de organizações paranaenses, mas também de empresas e secretarias municipais de educação de outros estados brasileiros.

O programa de computador começou a ser desenvolvido em abril do ano 2000. Em 21 de julho do mesmo ano, um piloto começou a ser utilizado por quinze funcionários do setor de limpeza da Copel. Destes, apenas três não foram alfabetizados. Com a eficiência da metodologia comprovada, o software foi melhorado e chamado de Luz das Letras. “No projeto-piloto, a intenção era apenas ensinar as pessoas a ler e escrever. Como deu certo, decidimos ampliar o software e fazer com que ele desse ao usuário o diploma de conclusão da quarta série do ensino fundamental”, conta Simone.

Atualmente, o software está sendo utilizado por cerca de cinqüenta instituições públicas e privadas do Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Rio, Distrito Federal, Acre e Alagoas. Em Curitiba, está presente nos faróis do Saber, na Universidade Tuiuti, na PUC, Sesi, Copel e igrejas, entre outros locais. “Se uma empresa, ONG ou secretaria municipal de Educação se interessa, avaliamos a quantidade e as características dos computadores disponíveis, promovemos um treinamento para estagiários e professores e fornecemos o software gratuitamente”, conta.

Cerca de 2 mil adultos, a partir dos 14 anos de idade, já possuem acesso ao software. Destes, cerca de duzentos já receberam certificado de conclusão da quarta série do ensino fundamental, que é fornecido pela Secretaria de Estado da Educação através de exames de equivalência realizados de três em três meses. “O software permite que o aluno tenha liberdade para aprender na hora que tiver vontade e permite o acesso à inclusão social e digital. Também aumenta as chances de a pessoa, depois de alfabetizada, entrar no mercado de trabalho”, declara Simone.

O principal problema encontrado pela pedagoga e sua equipe é a falta de computadores compatíveis com o software (PC Pentium a partir de 100 MHz com placa de áudio e drive de CD-ROM) nas escolas públicas. Geralmente, o número de equipamentos é pequeno para a quantidade de alunos. “Na maioria das vezes, as escolas têm dois ou três para serem utilizados por turmas de trinta ou até mais alunos”, revela. O próximo passo será realizar uma campanha para que empresas privadas adotem o Luz das Letras e façam doações de computadores.

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