Em noite de lua cheia, a festa fica por conta do peixe-espada e suas ?mordidas?

O nome científico é Largehead hairtail. Mas ele é conhecido mesmo como peixe-espada e se transforma em alegria para a turma que gosta de, à noite, permanecer na margem da Baía de Guaratuba esperando a chegada dos cardumes. Comprido, com escamas e boca grande, ele morde feito cachorro. E muitas vezes, o pescador mordido vira ?diversão? para quem só fica assistindo à pescaria. Como ele se alimenta de pequenos peixes, as sardinhas são as iscas ideais. Aos veranistas que chegam ou vão embora pelo ferryboat, vale sempre a pena dar uma paradinha na baía e observar a dança das varas e das bóias iluminadas. A carne do espada é muito saborosa, mas não tem valor comercial. Na série Conversa de Pescador o leitor vai conhecer a história de um sul-mato-grossense que foi um ?arraso? em sua primeira pescaria de espada.

Boa leitura!

Do rio para o mar, uma aventura diferente

pescador02060108.jpgAcostumado a pegar piaus, pintados e tilápias nas margens do Rio Paranaíba, no Mato Grosso do Sul, o comerciante Paulo Adriano Nunes, 37 anos, estranhou as técnicas necessárias para pegar o tal peixe-espada, na beira do mar, em Guaratuba. Mas mesmo assim, não fez feio. Para desespero dos pescadores mais experientes, já nos primeiros arremessos conseguiu tirar da água dois belos exemplares, que vieram brigando e brilhando na flor da água, refletindo a luz da lua.

Com material bem montado, usando garateas, encastoamentos longos e sardinhas como isca, Paulo Adriano, ao lado de alguns parentes, contou que veio do Mato Grosso do Sul há pouco tempo, tentar vida nova em Piraquara, onde montou uma revenda de veículos. Com prática na pesca em rio, pela segunda vez pescava no mar, e estranhou muito o que chamou de algumas ?frescuras?. ?O peixe só vem com a tal da maré. Tem que esperar maré subir, maré descer, maré virar. Coisa muito diferente do que estou acostumado?, reclamou. Também o fato de usar bóias coloridas e iluminadas (que atraem o espada), causou estranheza. No entanto, estas mesmas bóias são responsáveis por um belo espetáculo à beira-mar. Elas riscam o céu e pintam a água, na medida em que são lançadas pelos pescadores.

pescador03060108.jpgNas inúmeras pescarias que já fez na vida, Paulo Adriano pegou pacus de 12 quilos, dourados enormes e muito peixe bom. Mas sempre que conversa sobre pesca, não deixa de recordar a melhor que já fez, no Rio Paraná. Foram 17 dias de férias e mais de uma tonelada de peixes. Parece incrível, mas ele jura que é verdade. Em companhia dos cunhados, num total de cinco pessoas, a pescaria era tão boa que eles conseguiam tirar da água cerca de 80 quilos de piaus por dia. No final de cada tarde, o cunhado de Paulo Adriano fechava as caixas de isopor de 200 litros, colocava na caminhonete e levava até a cidade mais próxima, onde vendia em uma peixaria. ?Foram as melhores férias da minha vida e as mais baratas. Na verdade, até ganhei dinheiro, tive lucro, além de me divertir um bocado?, garante o rapaz. (MC)

Dicas do Moluscówski

Isca correta é fundamental!

Para maior conforto, utilize um suporte para vara com uma pequena mesa para a manipuilação de iscas.

Colocar bem uma isca no anzol aumenta a possibilidade de fisgadas.

Iscas mal colocadas são roubadas. Os anzóis devem ficar com a ponta aparecendo.

Use elastômero (Elastricor) para fixar a isca ao anzol e ela não cair no lançamento.

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