Em debate a função social do carrinheiro

O tripé “tecnologia, educação e reciclagem” foi o assunto abordado ontem durante o encontro para recicladores de lixo de Curitiba e Região Metropolitana. O objetivo era promover a reflexão sobre a função desses profissionais na sociedade e os impactos tecnológicos no dia-a-dia do trabalho, bem como a busca da cidadania.

Para o engenheiro João Carlos Fernandes, do Fórum Estadual Lixo e Cidadania, um dos principais desafios hoje é a questão da concorrência, que acaba tomando o trabalho dos catadores. “O mercado de reciclagem ficou interessante, e as pessoas agora estão vendendo o material. É o caso de condomínios, empresas, que separam o lixo reciclável para venda e deixam para o carrinheiro o lixo de má qualidade”, explica João Carlos.

“Não há mais consciência social”, lamenta a coordenadora técnico-pedagógica da Aditepp (Associação Difusora de Treinamentos e Projetos Pedagógicos), Natalia de Lima Bueno. Segundo ela, o trabalho e a renda do catador de lixo vêm diminuindo gradativamente. “A camada popular está perdendo o trabalho que é legítimo dela.”

A estimativa da Prefeitura Municipal feita há dois anos apontava que apenas em Curitiba eram 2.870 catadores de papel, que recolhiam cerca de 150 kg de materiais recicláveis por dia. Para o Fórum Estadual Lixo e Cidadania, este número pode chegar hoje a cinco mil pessoas, apenas na capital.

Voltar ao topo