Eixo Metropolitano será a maior via urbana de Curitiba

A nova avenida de Curitiba, que começa a ser implantada neste ano no trecho urbano da BR-476, será a mais larga e mais extensa da cidade e vai abrigar o sexto corredor da Rede Integrada de Transporte. Serão cinco ruas paralelas, sendo duas marginais (uma em cada sentido), duas vias principais com três faixas em cada sentido e uma via central (canaleta para o ônibus biarticulado) também nos dois sentidos.

“É como se juntássemos a pista do expresso na Avenida Sete de Setembro, por exemplo, mais as pistas lentas e mais as vias que os motoristas chamam de rápidas, todas juntas, paralelas”, compara Paulo Yamamoto, um dos coordenadores do Programa de Transporte Urbano, onde está inserido o novo Eixo Metropolitano de Transporte. O programa será implantado ao longo dos próximos cinco anos.

A nova via será implantada no trecho da BR-476, delegado no mês passado pelo Ministério dos Transportes ao município de Curitiba. As obras começam pelo chamado setor Sul do Eixo Metropolitano de Transporte, que abrange o trecho entre o Pinheirinho e a Avenida Marechal Floriano Peixoto.

Além das cinco pistas, as obras do setor Sul incluem cinco estações de integração (São Pedro, Xaxim, Santa Bernadete, Fanny e Marechal Floriano), cada uma delas com dois mil metros quadrados de área construída, formando verdadeiras praças para uso da população. Pistas transversais formarão bolsões em volta das estações, para consolidar os binários (sistemas formados por vias paralelas com trânsito em sentidos opostos).

Um sistema de ciclovias, calçamento para pedestre, um parque linear, rampas de acesso na Estação Marechal Floriano Peixoto também fazem parte do conjunto de obras que terão que ser executados pelas empresas que vencerem a concorrência que está em sua fase final.

O valor previsto para a execução desta fase do Programa (incluindo as pistas, estações de integração, ciclovias, obras em ruas transversais, entre outras) é de R$ 72,9 milhões.

As obras do setor sul, no trecho de 8,8 km, que começam neste ano, são apenas uma parte do Eixo da BR que se estenderá até o Atuba, na região norte da cidade, totalizando 22 km ao longo de 23 bairros localizados à margem da rodovia. O Eixo Metropolitano de Transporte terá ainda a ligação com o Terminal Central, que será construído em frente à Praça Eufrásio Correia.

Além do Eixo da BR, o Programa de Transporte Urbano inclui uma série de obras por toda a cidade. Na sua totalidade, o Programa contará com um investimento no valor de US$ 133,4 milhões ao longo de cinco anos. Deste total, US$ 80,04 milhões serão financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Audiências

“A transformação do trecho urbano da BR-476 não pode esperar mais. A União já delegou a rodovia ao município de Curitiba e o programa já foi aprovado pelo governo federal, Senado e Banco Interamericano de Desenvolvimento. É um projeto arrojado. A implantação começa agora mas vai durar cinco anos. Nós vamos apenas dar início”, destaca o presidente do Ippuc, Luiz Hayakawa, ao ressaltar que foram realizadas audiências públicas para a discussão do programa em 2003.

A transformação proposta pelo município para o Eixo da BR 476 fez parte das discussões da Lei de Zoneamento e Uso do Solo, instrumento de aplicação do Plano Diretor de Curitiba. Entidades de classe, universidades e a classe política participaram das audiências de discussão da legislação e propuseram modificações que hoje fazem parte da lei. O resultado é que a lei atual permite que sejam construídos prédios mais altos, caracterizando uma área de alta densidade e diversidade de usos. A lei foi aprovada pela Câmara Municipal de Curitiba em 1999 e passou a valer em abril de 2000.

Idéia surgiu em 1997

A idéia de transformar a atual BR-476 em uma avenida urbana começou em 1997, com o Programa BR Cidade, que tinha como objetivo a urbanização da rodovia, a sua inserção na paisagem urbana. Mais tarde, em 1999, surgiu a proposta do Sistema de Transporte de Passageiros de Alta Capacidade (STAC) que tinha um projeto de transporte segregado com o uso do monorail em via elevada.

O financiamento para o STAC viria de um fundo especial do Japan Bank International Cooperation (JBIC) altamente vantajoso e que não oneraria o usuário do transporte coletivo. O fundo expirou e não houve tempo hábil para que a União, que seria a tomadora do empréstimo, pudesse manifestar o seu interesse junto à instituição japonesa.

Durante o desenvolvimento do STAC foi realizado um estudo de viabilidade que apontou que o uso do monorail seria indicado em via elevada. De acordo com o levantamento “a implantação de um novo sistema de transporte por meio de via elevada, locada no centro do canteiro central é decorrente das condições excelentes que a alternativa oferece cm vista a sua inserção no meio urbano sem provocar impactos negativos, liberando espaço para a circulação livre de veículos e de pedestres ao longo de todo o trecho”. O estudo constatou ainda que o uso do monorail não deveria ser feito com a adoção de soluções subterrâneas ou em superfície “em face do elevado custo de execução”.

A implantação da nova avenida de Curitiba será possível porque desde 2002 os técnicos da Prefeitura estão trabalhando para que o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o governo federal e o Senado pudessem aprovar o Programa de Transporte Urbano.O Programa de Transporte Urbano deverá aumentar a capacidade da Rede Integrada de Transporte, melhorar o serviço de transporte urbano, diminuir o número de acidentes com vítimas nos eixos de transporte da cidade e promover a qualidade de vida da população.

Voltar ao topo