A mistura de pó de borracha com betume está sendo testada pela concessionária Ecovia Caminho do Mar ? responsável pela BR 277 entre Curitiba e o litoral ? como uma nova técnica de asfalto. A mistura melhora as propriedades físicas do asfalto convencional, tornando-o mais flexível e resistente. Comparado com o asfalto tradicional, o asfalto ecológico é cerca de 20% mais caro, porém, a sua durabilidade chega a dez anos, o dobro do convencional. A mesma técnica também está sendo testada pela concessionária Rodonorte, e em rodovias de São Paulo e Rio Grande do Sul.
O gerente de engenharia da Ecovia, Humberto de Souza Gomes explica que essa tecnologia já é empregada nos EUA desde a década de sessenta. “Por ser uma tecnologia cara foi empregada em poucos estados, mas agora voltou a ser utilizada. Isso porque em função da maior carga dos veículos, se optou pela sua aplicação que tem viabilidade técnica e econômica. E é por isso que estamos testando ela aqui no Brasil”, comenta o gerente.
A Ecovia está testando a utilização do asfalto com pneu triturado nos quilômetros 51 ao 56 da BR-277, na pista de descida para Paranaguá. A empresa fará as primeiras avaliações a partir do segundo semestre, quando será possível comprovar as vantagens técnicas da solução adotada. Ao todo foram utilizados 4 mil pneus triturados que, empilhados, equivalem a altura de quatro prédios de cinqüenta andares. A borracha misturada ao ligante aumenta a elasticidade do asfalto, o que dificulta o trincamento. A substância também é mais resistente à ação de óleos e combustíveis e acrescenta ao pavimento agentes anti-oxidantes e inibidores da ação de raios ultravioletas, atrasando o seu envelhecimento. Porém uma das desvantagens dessa aplicação é que os veículos têm mais aderência ao pavimento e, com isso, freiam em menos tempo.
Ecológico
Uma resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) exige que os fabricantes e importadoras de pneumáticos coletem e dêem um destino final ambientalmente correto a um pneu inservível, para cada quatro novos comercializados no Brasil. A Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos estima que a frota nacional de veículos automotores gere mais de 30 milhões de pneus inservíveis por ano. Segundo comenta Humberto de Souza Gomes esse tipo de asfalto ecológico é uma das soluções para esse problema já que muitos pneus usados são acumulados em rios, lagos ou lixões a céu aberto.