DRT vai se aproximar dos sindicatos

Uma estreita ligação com o movimento sindical deve marcar a gestão de Geraldo Serathiuk à frente da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) do Paraná. O novo delegado – que assume a delegacia ainda esta semana – pretende seguir a linha do governo Lula e atuar voltado para uma gestão participativa.

O primeiro desafio de Serathiuk é resolver as pendências administrativas criadas junto à Corregedoria Geral da União (CGU) e ao Tribunal de Contas da União (TCU), devido ao período em que a delegacia esteve sob intervenção, já que o ex-delegado Celso Costa foi afastado do cargo. Posteriormente, o novo delegado irá fazer um planejamento para atuação da DRT. “Temos que fazer uma readequação ao corte de 30% feito na verba repassada ao Ministério do Trabalho. Mas, permanecendo a tendência positiva da economia brasileira, já há sinais de que receberemos uma verba suplementar no segundo semestre”, sinalizou o novo delegado.

Serathiuk é membro do PTB, mas teve forte apoio de lideranças do PT para assumir o cargo. Quanto ao governo do Estado, o novo delgado também disse ter bom relacionamento, principalmente por já ter trabalhado ao lado do governador Roberto Requião (PMDB) em eleições passadas. “Nossa gestão terá como características a democracia e o bom diálogo. Vamos trabalhar para ajudar o governo federal a cumprir suas metas, principalmente as reformas”, salientou, destacando que já recebeu duas missões do ministro do Trabalho, Jaques Wágner.

Missões

Serathiuk explicou que o governo federal pretende fazer um plano plurianual para estabelecer ações até 2007. Ao Ministério do Trabalho caberá organizar discussões sobre o trabalho, para fortalecer as idéias do plano. “As DRTs ficarão responsáveis por fazer encontros regionalizados com os movimentos sindicais e discutir políticas de criação de emprego, desconcentração de renda e crescimento econômico”, contou, destacando que o encontro dos estados do Sul, mais Mato Grosso do Sul será ainda este mês em Florianópolis.

A outra missão de Serathiuk diz respeito à proposta de reforma trabalhista, que deve ser levada ao Congresso Nacional ainda este ano. Haverá um grande fórum nacional para se estabelecer a proposta. Todavia, antes irão acontecer conferências estaduais organizadas pelas DRTs. “Além do movimento sindical, participarão a Justiça do Trabalho, advogados trabalhistas e entidades importantes na análise teórica da reforma, como institutos e universidades”, explicou Serathiuk. Os temas discutidos serão: organização sindical, negociação coletiva, legislação do trabalho, composição de conflitos, cooperativismo, informalidade e microempresas.

O novo delegado da DRT disse que, durante o governo Lula, os órgãos federais no Paraná, assim como no Brasil, devem agir sobre o princípio da transversalidade, ou seja, uma maior integração entre entidades federais que atuam nos Estados.

Informalidade

Serathiuk confirmou que a informalidade dos trabalhadores, que acabam exercendo funções sem qualquer garantia trabalhista, é uma de suas preocupações. Para ele, a abertura de cooperativas e de linhas de créditos para microempresas seriam soluções para tirarem pessoas dessa situação.

O novo delegado afirmou que, no tocante à fiscalização, terão que ser feitas consultas aos movimentos sindicais. A fiscalização de serviços terceirizados é uma questão que ele aponta como especial. “Nesses casos, além da DRT, o INSS, a Receita Federal e outros órgãos devem fazer uma fiscalização conjunta”, ressaltou.

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