Dois consórcios apresentam propostas para o metrô de Curitiba

Depois da frustração de nenhuma empresa ter apresentado proposta na primeira tentativa de se fazer licitação para o projeto do metrô de Curitiba, o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba (Ippuc) abriu, ontem, os envelopes de dois consórcios interessados em elaborar os estudos e os projetos de engenharia da obra. Também foi recebido ontem a proposta da empresa que se credenciou para realizar o Estudo de Impacto Ambiental da Obra.

O prazo para as empresas apresentarem suas propostas no novo edital do metrô encerrou-se ontem. Para os estudos e projetos, que tem como preço máximo R$ 2,3 milhões, dois consórcios (Novo Modal e SEP) formados por empresas de Curitiba e São Paulo apresentaram suas propostas. Para o estudo ambiental (R$ 370 mil), apenas a Ecossistema Consultoria Ambiental credenciou-se. A administração tem até o dia 12 de fevereiro para avaliar se as empresas estão habilitadas a prestar o serviço. Após essa primeira fase serão abertos os envelopes com as propostas técnicas e, na seqüência as propostas de preço para se determinar os vencedores da licitação.

Para o presidente do Ippuc, Augusto Canto Neto, as alterações feitas desde o primeiro edital, elaborando um segundo edital para os estudos de impacto ambiental e a contratação de um projeto de origem e destino, fizeram com que, desta vez, as empresas mostrassem interesse pelo metrô de Curitiba. ?Seguindo orientação do prefeito Beto Richa (PSDB) procuramos as empresas que retiraram o edital mas não apresentaram proposta no ano passado para saber as causas, e descobrimos que a inexistência desses estudos, por isso todos estão sendo providenciados?, informou, revelando que foi licitado o projeto de origem e destino, que descobrirá de onde partem e para onde se dirigem os cidadãos curitibanos, o que determinará o número e o tamanho das estações do metrô.

No estudo ambiental, outra novidade do novo edital, além dos impactos que a obra poderá causar, será estudada as características do material a ser escavado e onde a terra retirada poderá ser reaproveitada. Canto Neto reforçou que a empresa contratada trabalhará junto com o Ippuc na elaboração do projeto, uma vez que será o instituto que determinará as características do sistema. Previsto para ligar o Santa Cândida ao CIC Sul, a chamada Linha Azul do metrô de Curitiba, que seguirá a canaleta de ônibus que já existe no eixo, terá 22 quilômetros e entre 20 a 22 estações. ?Além da melhoria nos locais onde está a canaleta, que, além de não ter os ônibus atrapalhando o trânsito e poluindo, passará a ter canteiro, paisagismo, o metrô ainda servirá para melhorar o trânsito em toda a região central da cidade. Diminuirá o número de ônibus circulando nas vias rápidas e nas principais ruas. Essa demanda será concentrada nas estações?, disse Canto Neto.

A previsão é que, se tudo correr dentro do planejado, os contratos sejam assinados em março e a fase de estudos seja concluída em agosto, o que garantirá a Curitiba os R$ 700 milhões em recursos federais previstos na Lei de Diretrizes Orçamentárias e no Plano Plurianual, depois das emendas apresentadas pelo deputado Federal Ratinho Júnior (PSC). ?Sem os recursos federais, a obra é inviável. Mesmo assim ainda precisaremos de parcerias com a iniciativa privada?, salientou o presidente do Ippuc.

A prefeitura buscará um parceiro que terá de arcar com um terço do valor da obra mas terá o direito de explorar o sistema por 25 anos, sendo ressarcido através da tarifa cobrada, que será igual à dos ônibus. Se garantir o repasse da União já no próximo orçamento e firmar uma parceria público-privada ainda este ano, o Ippuc prevê que em maio de 2009 podem ser iniciadas as escavações do metrô de Curitiba. A previsão de duração da obra é de, em média, seis anos.

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