Dobra número de assaltos a taxistas em Curitiba

Em dezembro de 2002, o número de assaltos a taxistas mais que dobrou em Curitiba em relação ao mesmo período de 2001. Foram nove contra quatro. Mas os outros motoristas também não escapam da violência. No segundo semestre do ano passado houve 36 assaltos nos três cruzamentos campeões de roubos, contra dez no primeiro semestre. Segundo o comandante do Policiamento da Capital, Róberson Luís Bondaruk, o melhor a fazer nesta situação é não reagir, para preservar a vida.

O comandante explica que é comum as pessoas tomarem alguma atitude, até porque é um instinto natural, mas muitos casos acabam em morte. “Geralmente eles pensam que podem dominar o seu agressor”, diz. Otávio Medeiros da Costa, taxista há 20 anos, se encaixa neste perfil. Ele diz saber que não se deve reagir, mas, se achar que tem chances de vencer o agressor, conta que tentaria dominá-lo.

Bondaruki frisa que, quase sempre os latrocínios, assalto seguido de morte, ocorrem porque as vítimas tentarem se livrar dos marginais. “Em 99% dos casos, quando não há reação, o assaltante pega o dinheiro e vai embora”, destaca. Ele também aconselha a não estabelecer nenhum tipo de diálogo, para que a situação termine logo. “Enquanto a pessoa estiver em companhia dos agressores está correndo risco”, diz.

É importante também a vítima evitar movimentos bruscos e sempre informar ao agressor o que está fazendo. Ele cita o caso de um motorista de ônibus que não reagiu, mas foi tirar o cinto de segurança. O assaltante achou que ele poderia estar sacando uma arma e atirou. O motorista acabou morrendo. Outra reação comum é acelerar o carro achando que pode escapar. “Até o carro pegar uma boa distância o agressor teve tempo de disparar vários tiros com sucesso”, diz.

Horários de risco

Os horários onde mais ocorrem assaltos são entre 12h e 13h e entre 18h e 19h. Segundo Bondaruk, neste período geralmente as pessoas estão distraídas, pensando nas coisas que precisam fazer e se tornam alvos fáceis. Foi o que aconteceu com a jornalista Andréa Adélio. Ela conta que estava conversando com a mãe sobre o que precisava fazer quando foi abordada. Ela não tinha dinheiro, mas mesmo assim se abaixou para mexer na bolsa. Ficou nesta posiçào até o sinal abrir e avançou. “Ele podia pensar que estava procurando uma arma e ter atirado, mas na hora a gente não sabe o que fazer”, diz.

Os semáforos em que ocorrem mais assaltos em Curitiba são os que têm fiscalização eletrônica. O campeões são os cruzamentos da Avenida Comendador Franco (Avenida das Torres) com a Rua Guabirotuba, Avenida Vicente Machado com Rua Visconde de Nacar e Avenida Sete de Setembro com Rua Bento Viana.

Bondaruk lembra que as pessoas podem tomar vários cuidados para evitar o problema. As mulheres são alvos preferidos, por isto não devem dirigir sozinhas, principalmente à noite. Não é aconselhável furar o sinal durante a madrugada, devido ao risco de acidentes. O ideal é ir freando o veículo para que dê tempo de o sinal abrir sem que o carro pare. Também é aconselhável manter os vidros fechados, evitando colocar o braço para fora, mostrando relógios e jóias. A bolsa deve sempre estar embaixo das pernas. É necessário estar sempre atento ao que ocorre a sua volta, evitando falar em celulares.

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