Mães de alunos das escolas estaduais de Guaratuba, no litoral do Estado, estão preocupadas com o ano letivo que começa em poucos dias. Alguns estudantes estão enfrentando problemas na transferência de colégios e de turnos. As mães tentam resolver a situação antes do início das aulas, mas elas encontram dificuldade para isso.
A corretora de imóveis Patrícia Barbosa Crestan conta que recebeu, no final do ano passado, uma carta da Secretaria de Estado da Educação informando que seu filho, de 14 anos, seria transferido para outro colégio e que ele estudaria no turno da noite. No entanto, o menino estudava há anos em uma escola perto de casa e no período matutino. ?Ele foi para o 1.º ano do ensino médio. Além da distância da nova escola, ele é apenas uma criança. Ele não tem condições de ir para a escola à noite. Estou correndo atrás disso para conseguir voltar para o antigo colégio?, comenta.
Patrícia procura todos os dias informações sobre transferência. A alegação é de que faltam vagas. Funcionários do colégio ainda informaram que ela precisa esperar até o início do ano letivo. ?Eu fui várias vezes no colégio e vi que muita gente está tendo problemas com as transferências?, afirma.
O filho da secretária Rúbia Nunes estuda em um colégio estadual de Guaratuba e vai cursar em 2008 a 6.ª série do ensino fundamental. Ela gostaria que o menino estudasse em um colégio mais perto de sua casa. ?Estou tentando a transferência, mas não tem vaga. Informam para a gente que a transferência pode acontecer somente se sobrar vagas, que a prioridade é para quem está vindo de fora. Imaginei que seria tranqüilo, mas já estou quase conformada?, ressalta.
O professor Beto Correia, chefe em exercício do Núcleo de Educação de Paranaguá (vinculado à Secretaria de Estado da Educação), explica que é grande a procura por transferências nesta época do ano.
De acordo com ele, o litoral paranaense vive uma situação especial nos últimos anos que tem influenciado as escolas estaduais. ?Muita gente está vindo morar no litoral nos últimos dois anos. E existe uma grande demanda por vagas nas escolas. Estamos preocupados com isto, tanto que há projetos para novos colégios no litoral?, esclarece.
A orientação de Correia é para que os pais confirmem a matrícula de seus filhos nas escolas indicadas. Os pedidos de transferências vão sendo resolvidos aos poucos, depois do início do ano letivo. ?Sabemos que há situações de meninos que não possuem condições de estudar à noite. Mesmo assim, a gente pede para que os pais matriculem os filhos para garantir a vaga. Quando as aulas começam, sempre existem desistências, além dos pedidos de transferência. A partir disso, nós fazemos o remanejamento das vagas. Só pedimos um pouco de paciência?, declara Correia.