Diretor de hospital teme perder caráter filantrópico

O diretor do Hospital São Vicente, Marçal Ribeiro, diz que não está conseguindo cadastrar 60% dos seus leitos ao Sistema Único de Saúde (SUS), por isso teme que a unidade não seja mais considerada filantrópica. Deste modo, não receberia mais incentivos do governo e não poderia mais oferecer ao próprio SUS serviços ambulatoriais importantes. Mas o secretário municipal da Saúde, Michele Caputo, explica que um serviço não está condicionado ao outro para a manutenção do título de filantropia. Além disso, o número de leitos na cidade é suficiente para atender à demanda e o governo federal envia só o dinheiro necessário para manter as contas em dia, não havendo condições de ampliar o sistema.

De acordo com Caputo, a prefeitura tem um parecer jurídico que aponta mecanismos que permitem ao hospital continuar sendo filantrópico mesmo sem cadastrar os leitos. O secretário também afirma que se novos leitos fossem incorporados ao sistema, ele estaria comprometendo o pagamento, que está em dia, à entidades que sempre prestaram serviços como o Hospital Evangélico, Hospital de Clínicas e Hospital Pequeno Príncipe, pois o orçamento é limitado. Ano passado havia 6.822 leitos à disposição, com a média de 13.700 internamentos por mês. “O número é suficiente, já que há uma rotatividade de pacientes”, comenta Caputo.

Caputo lembra ainda que todo o sistema de saúde pode ser comprometido se as verbas não forem usadas com coerência. Amanhã ele pretende se reunir com Ribeiro para discutir a contração de exames de endoscopia digestiva. Mas existe previsão de que o governo federal aumente o repasse de verbas. Quando isso ocorrer novos serviços poderão ser contratados mediante licitação e o Hospital São Vicente pode ser um deles. Já em abril, a cidade deve receber R$ 200 mil a mais para serem empregados em programas de saúde básica.

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