Dia das Crianças foi uma festa no Parque Barigüi

Nem as longas filas e o sol forte desanimaram os pequenos. Depois de duas horas de espera, Luís Felipe Moritz, 12 anos, estava feliz. Venceu o medo e teve a satisfação de fazer tirolesa pela primeira vez. "Sempre vi na televisão e queria fazer também. É muito bom", descreve. A mãe dele, Diacui Moritz, também não reclamou da demora. "Vale a pena pelos filhos", diz. Inclusive a família dela chegou às 11h para conseguir uma vaga no estacionamento e aproveitar ao máximo o dia.

Outro brinquedo radical muito disputado pelas crianças foi a escalada. Ana Jaqueline do Nascimento, 12 anos, conta que achou difícil subir. "As pedras eram muito pequenas para apoiar o pé", explica. Ela agüentou firme até onde pôde e pediu para descer. Mesmo assim não escondia a cara de satisfação. A única preocupação era escolher o próximo brinquedo.

Teve gente que nem almoçou para aproveitar mais a festa. "Chegamos bem cedo e fizemos só um lanche para dar conta de passar por todos os brinquedos", contou Renata Mendonça da Silva, mãe de Guilherme, 6 anos, e Carol, de 3 anos. Willian Chavez, 13 anos, e os irmãos fizeram a mesma coisa. Afinal, no Dia das Crianças, almoçar não era a coisa mais importante. Para garantir que o tempo seria bem aproveitado adotou uma estratégia: "Estou escolhendo as filas menores", revelou. Já havia ido na cama elástica, na piscina de bolinhas e aguardava na fila do jump mais uma vez. "Adorei, a gente vai bem alto", explica.

A pequena Coroline Aparecida Carvalho, 6 anos, não se intimidou e resolveu atravessar a ponte instalada num brinquedo inflável, sendo alvejada a toda instante por um canhoneiro. "Senti um pouco de medo, mas não conseguiram me derrubar", falou com orgulho.

Mas a diversão não foi apenas para as crianças maiores. Eliane Almeida, 27 anos, levou o filho de 1 ano e oito meses. "Estava com medo de que não tivesse nada para a idade dele, mas encontrei vários brinquedos", disse.

Balão

No final da tarde foram os participantes do Festival de Balonismo de Curitiba que fizeram a alegria da criançada. Mesmo sem fazer um passeio pela cidade, elas puderam sentir a sensação de voar em um balão subindo até 30 metros de altura. À noite, os balonistas do festival na modalidade Night Glow, expressão que pode ser traduzida por brilho noturno, proporcionaram um espetáculo de luzes e cores no céu da cidade.

A festa, aberta à toda população, foi coordenada pela Secretaria Municipal do Esporte e Lazer e mobilizou 400 professores e estagiários para orientar e monitorar as brincadeiras da criançada.

Oportunidade através de projeto

Rhodrigo Deda

Nada mais conveniente que o Dia das Crianças para iniciar um projeto de audiovisual que estimula a cultura para aquelas que estão entre as mais necessitadas. A organização não-governamental Olho Vivo fez ontem o lançamento oficial do projeto "Minha Vila Filmo Eu", que vai proporcionar um contato com técnicas e narrativas de audiovisuais a 16 crianças de 8 a 13 anos moradoras da Vila das Torres, em Curitiba.

O curso gratuito começa no próximo dia 22 e irá se estender até 17 de dezembro, quando serão apresentados os curtas-metragens produzidos pelos participantes, na sede do Clube das Mães União Vila Torres. As aulas da oficina irão acontecer no próprio Clube das Mães.

Segundo um dos coordenadores do projeto, Luciano Coelho, as crianças irão realizar exercícios de roteiro e de edição, sendo incentivadas a desenvolver histórias que estejam relacionadas com a sua própria realidade. Ele afirma que os participantes irão também aprender técnicas básicas de operação de câmera. A oficina tem patrocínio da Petrobras, que disponibilizou R$ 30 mil.

Pequenos dão lição de vida e alegria

Gisele Rech

Enquanto a maioria das crianças ontem se divertia abrindo presentes e brincando nos parques da cidade, outras comemoraram o Dia das Crianças em tom de agradecimento pela vida ou pelo simples fato de poder sair do hospital. Foi o que aconteceu com um grupo de crianças do Hospital Erasto Gaertner, que ontem teve a oportunidade de deixar os leitos onde se recupera de câncer para um programa diferente: assistir à peça de teatro Noite de Reis, de William Shakespeare, no Teatro da Caixa.

Algumas das crianças já estão curadas, mas fizeram questão de acompanhar a caravana. "No meu caso, ganhei dois presentes. O primeiro é estar vivo e recuperado. O outro é poder assistir a uma peça, que é um programa diferente", disse Sérgio Ferreira Júnior.

Para Juliano Fernandes Moreno, que segue em tratamento, sair do hospital foi motivo de muita alegria, coroado pela oportunidade de ir ao teatro pela primeira vez. "Estou com uma expectativa muito positiva. Gosto muito de ler e assistir a uma peça contando uma história é muito interessante".

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