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Desempregado muda de vida após descobrir talento

Desempregado, com mulher e filha pra sustentar, e sem nenhuma perspectiva de novas oportunidades no mercado de trabalho. Essa era a situação de Erlon Edson Martins, morador do Sítio Cercado, há pouco mais de sete anos. ‘Eu tinha um bom emprego numa operadora de celular como supervisor de vendas, mas de repente me vi sem trabalho e com uma família pra cuidar. Foi aí que resolvei tentar a sorte numa área totalmente diferente da que estava acostumado‘, conta.

A mudança profissional aconteceu por acaso. Acostumado às negociações do mundo comercial, Erlon passou a se dedicar ao artesanato, gravando as mais variadas figuras em pedaços de madeira através da técnica da pirografia. ‘Estava numa situação que não tinha mais o que comer em casa. Foi quando eu vi umas madeiras velhas em casa. Lembrei que tinha pirógrafo em casa e resolvi tentar‘, diz.

Segundo o artesão, a técnica demorou a ser aperfeiçoada, mas em questão de poucos dias os desenhos começaram a surgir naturalmente. ‘Eu já sabia desenhar. Meu pai sempre me incentivava e me mandava colocar no papel os objetos que tinha em casa. Fui aprendendo com ele as perspectivas, os traços e tudo mais. Então, foi só dar uma treinada, que os desenhos foram saindo‘, revela Erlon.

Com a técnica apurada, Erlon decidiu definir suas linhas de produtos. Resolveu desenvolver placas com nomes e pequenos desenhos com temáticas infantis. ‘No primeiro dia que eu saí, me propus a fazer o desenho na hora, o que foi um pouco complicado, já que ficava um pouco nervoso com as pessoas olhando. Mas deu certo. Saí de casa sem nenhum tostão no bolso e voltei com R$ 60. Não deu outra. Resolvi continuar‘, afirma.

Negócios de vento em popa

Sete anos após iniciar uma nova carreira, Erlon conta que hoje a situação está bem diferente. Com carro próprio e computador em casa, o artesão já conta com um plano de produção e distribuição e afirma que já tem uma clientela fixa. ‘Minha mulher me ajuda em todo processo e montamos um esquema funcional de trabalho. Pela manhã eu me dedico na produção das placas, principalmente nas encomendas, e pela tarde saio pra rua pra vender. Cada dia vou para um bairro diferente‘, diz.

De acordo com Erlon, as vendas estão boas nos últimos anos. Ele chega a vender uma média de 250 peças por mês, que custam entre R$ 12 e R$ 100, dependendo do tamanho da peça. ‘Aqui em Curitiba tenho um mercado, mas gosto de vender na região metropolitana. São José dos Pinhais é muito bom. No verão vou para o litoral e lá é um espetáculo de vendas‘, atesta.

Projetos

Com o produto fortalecido no mercado e as vendas regulares, Erlon pretende no futuro investir na estrutura de produção e também ministrar cursos de pirografia. ‘Quero melhorar minha oficina para produzir mais e em breve minha ideia é ir para as comunidades e ensinar o que eu sei. Acho que minha história pode ser exemplo para muitos que estão em dificuldades‘,  conclui.

Serviço

Erlon Martins
Fones: (41) 8441 0015/ 9853 1720
www.facebook.com/piroartes
http://piro-art.blogspot.com.br

Gerson Klaina
Quando não tinha mais o que comer, ele pegou o pirógrafo e madeiras velhas.
Gerson Klaina
No primeiro dia, artesão saiu de ca,sa sem nenhum tostão e voltou com R$ 60.
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