Dengue pode ter feito terceira vítima no Estado

A jovem Telma Tavares de Almeida, de 22 anos, pode ter sido a terceira vítima fatal de dengue hemorrágica este ano no Paraná. Ela morreu na tarde da última terça-feira, em Umuarama (noroeste do estado), após ter ficado internada por cinco dias com sintomas da doença. A confirmação da causa da morte será feita somente após a realização de exames de sorologia no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-PR), em Curitiba.

O diretor da Secretaria Municipal de Saúde, Nilson Manduca, disse que vai aguardar o resultado do Lacen, uma vez que acredita que a morte pode não ter sido causada pela dengue. Ele revelou que Telma havia sofrido uma queda, batendo a cabeça com violência, o que poderia ter causado a morte. ?Em outras duas ocasiões tivemos suspeitas, que não foram confirmadas. Lamentamos a morte, mas esperamos que não tenha ocorrido por causa de uma dengue hemorrágica. Vamos aguardar o resultado e posteriormente nos pronunciamos oficialmente?, disse.

Mas o agente de perícia oficial do Instituto Médico-Legal (IML) de Umuarama, José Roberto de Avis, que fez a necropsia no corpo de Telma afirmou que a causa da morte foi mesmo uma forte hemorragia no tórax e no abdôme. ?Na cabeça, ela teve escoriações superficiais e ferimentos leves que não levariam à morte. A causa da morte foi mesmo a hemorragia, mas não podemos relacionar de imediato com a dengue, visto que ela tinha um quadro de diabetes. Temos de aguardar os exames do Lacen?, declarou.

A Secretaria de Saúde de Umuarama também apresentou ontem exames realizados em um laboratório da cidade que apontam hipertensão com parada cardiorrespiratória. A secretaria informou ainda que, além do diabetes, a paciente sofria de doença renal crônica. Esses exames também foram encaminhados ao Lacen, em Curitiba.

Os resultados dos exames deverão ser conhecidos no final desta semana. Se for confirmado, será o terceiro caso de morte provocado por dengue no Paraná em 2007. Há duas semanas, Élio Fusco, 66 anos, de Doutor Camargo, também no noroeste, morreu após contrair a forma clássica da doença. Outra morte por dengue ocorreu no dia 19 de março. Maria Isabel Gil dos Reis, 58, morreu em Londrina, na região norte, vítima da dengue hemorrágica.

O Paraná tem mais de 4 mil casos confirmados de dengue, além de mais de 10 mil suspeitas. No último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, no dia 2 de abril, o Paraná era o sexto estado com maior incidência da doença no Brasil, acumulando 5,78% do total de casos notificados no País.

Piscinas abandonadas preocupam

Diogo Dreyer

Foto: Silvia Artigas/Divulgação

Local propício para dengue.

Moradores do bairro Cabral, em Curitiba, reclamam de um prédio desocupado na região que abriga duas piscinas que acumulam água parada. O temor é de que o local possa se transformar num foco para a procriação de larvas do mosquito Aedes aegypt, transmissor da dengue.

Segundo a produtora Silvia Artigas, que mora num prédio ao lado do imóvel, localizado na Avenida Munhoz da Rocha, as duas piscinas estavam vazias, mas depois da desocupação do prédio há alguns anos, onde funcionava uma escola de idiomas, começou a juntar água suja. ?Desde dezembro passado já protocolei cinco reclamações na Prefeitura, mas até agora ninguém foi verificar?, acusa a moradora. ?O medo de todos em volta é que o local vire um procriador de doenças, especialmente a dengue?, diz.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que a demora em ir até o local é porque o órgão estava com dificuldade de encontrar o proprietário do imóvel, já que uma vistoria só pode ser feita na presença dele. Ainda, segundo a Secretaria, o prédio foi alugado e será transformado em uma lanchonete, e que só conseguiu identificar o locatário nesta semana. A Secretaria garantiu que a vistoria será feita na tarde de hoje e que coletará água da piscina para análise e que os responsáveis serão notificados para manter o local limpo e com uma cobertura.

Contudo, a Secretaria informou que os moradores não precisam temer transmissão de dengue, já que Curitiba não é uma área endêmica e que o mosquito não se procria na cidade.

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