O motorista curitibano vai ter de abrir o olho. As vias de trânsito com radar poderão não receber mais sinalização orientando sobre a presença do equipamento. A medida foi objeto de discussão na última reunião do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), dias 24 e 25 de fevereiro, em Brasília, e está próxima de ser oficializada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran). O encontro reuniu conselhos estaduais de trânsito de todo País. Segundo o advogado e assessor jurídico do Cetran/PR, Marcelo José Araújo, a alteração aconteceria na resolução 141/02 do Contran. Atualmente o texto determina a necessidade de placa de regulamentação de velocidade (R-19) associada a placa educativa. Na reunião do Denatran foi discutida a mudança do texto. A tendência é de que o documento aceite as placas de velocidade como suficiente orientação para os motoristas, já que as R-19 são sinais imperativos e passam uma ordem a ser seguida pelo condutor. “Se a placa diz que a velocidade é de 60 km/h, isso tem de ser respeitado”, afirma Marcelo. “Mas acho que isso tem de ser mais discutido. É como a presença de um guarda de trânsito na via e de um guarda escondido. A presença do guarda é um fator de coação para que o motorista não ultrapasse a velocidade permitida. A mesma coisa acontece com a indicação do radar.”
Motoristas
A reportagem de O Estado conversou com alguns motoristas a respeito da possibilidade da retirada da sinalização para os radares. Para a estudante de Direito Léa Braga, os limites de velocidade, o sinal vermelho e as demais leis de trânsito devem ser respeitadas, independentemente da sinalização. “Tem motorista que só respeita no radar e depois sai a toda velocidade”, diz.
O comerciante Jorge Sakemoto também é contra a retirada da sinalização. “Sou a favor das multas para quem abusa no trânsito. Para esse pessoal que acha que as ruas são pistas de racha. Mas sem aviso, bons motoristas acabam se descuidando.”