Delegados da PF aderem movimento de greve no Paraná

Agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal no Paraná entregam hoje, armas e distintivos na sede da Superintendência Regional, no Santa Cândida, como ato de greve. A paralisação nacional por tempo indeterminado foi decretada ontem. A categoria reivindica ampliação de pessoal, reestruturação do plano de cargos e carreiras, maior valorização dos servidores e remuneração compatível com funções de nível superior. “Há três anos estamos tentando negociar. Só retornaremos às atividades quando recebermos alguma proposta”, conta o presidente do Sindicato dos Policiais Federais no Estado do Paraná (Sinpef-PR), Fernando Augusto Vicentine.

Os delegados da Polícia Federal param a partir de hoje visando a reposição das perdas inflacionárias desde 2006. A orientação é não prejudicar as operações de combate aos desvios de recursos públicos e contra a corrupção, sobretudo eleitoral.

No Paraná, diversos serviços já foram afetados. No porto de Paranaguá, os estrangeiros não podem ingressar legalmente no País por falta de emissão de autorizações para tripulantes. As investigações policiais, registros de porte de arma, serviços de imigração, vistorias em agências bancárias e inspeções em empresas de segurança também foram cancelados. O Aeroporto Afonso Pena funcionou com operação-padrão (somente fiscalização de bagagens) e hoje o procedimento deve continuar se comando de greve permitir.

Passaportes

A emissão de passaportes está suspensa e quem tem agendamento marcado para os próximos dias deverá comparecer à Superintendência da Polícia Federal para retirar nova senha. O serviço online não está disponível para reagendamentos. “Ao final da paralisação, estas pessoas terão atendimento imediato”, informa Vicentine.

Falta pessoal nas fronteiras

A categoria reclama que falta efetivo policial, principalmente para fiscalização em fronteiras. Segundo Fernando Vicentine, o Estado deveria aumentar em 70% o pessoal. Somente em Foz do Iguaçu, o déficit chega a 50%. Como forma de protesto, a averiguação de veículos na Ponte da Amizade foi intensificada e chegou a ter congestionamento. “É para mostrar como o trabalho seria bem feito se tivéssemos o número necessário de agentes. Somente neste ano foram cortadas 60% das verbas”, diz.

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