Deficientes sofrem com discriminação

No Brasil, segundo a Associação dos Amigos das Crianças Especiais, que tem sede em Curitiba, 10% da população apresenta algum tipo de deficiência física ou mental. Apesar do número ser considerado alto, os deficientes ainda não são tratados com igualdade na sociedade.

Segundo a pedagoga Haedy Hilling Niebel, que presta assessoria dentro da associação, muitas vezes a discriminação contra o excepcional começa logo que ele nasce. Diversos pais despreparados e pouco informados acabam abandonando ou privando de carinho a criança com deficiência, que acaba sendo considerada uma vergonha ou um incômodo para a família.

Se desde o momento do nascimento essa criança não recebe um tratamento adequado e multidisciplinar, específico para o seu caso, acaba se tornando um adolescente e mesmo um adulto com capacidades limitadas e ainda mais rejeitado pelas pessoas que o cercam, não conseguindo ter uma vida social saudável. “As pessoas com deficiência mental geralmente não se dão conta de que estão sendo discriminadas, pois elas costumam ser felizes do jeito delas. Entretanto os portadores de deficiência física podem sentir que estão sendo rejeitados e acabam sendo bastante prejudicados por isso”, comenta Haedy.

A discriminação se torna evidente principalmente quando o deficiente procura um emprego. Infelizmente, de acordo com a pedagoga, o mercado de trabalho no Brasil ainda se mostra fechado aos portadores de deficiência. “Existe uma lei que diz que, de acordo com o número de funcionários que têm, as empresas devem contratar um certo número de pessoas portadoras de deficiências”, lembra. “A lei nem sempre vem sendo cumprida da forma mais adequada.” Em muitos casos, as empresas contratam portadores de necessidades especiais e, por falta de informação sobre o assunto, acabam tratando-os de forma diferenciada.

Para combater o preconceito, a associação deve inaugurar, nos próximos trinta dias, o Centro de Apoio Multidisciplinar Inclusivo. A entidade, além de promover trabalhos com os excepcionais, deve agir junto às famílias dos deficientes.

Associação

A Associação dos Amigos das Crianças Especiais tem um ano de existência e, atualmente, atende 35 crianças, entre 3 e 16 anos de idade, vítimas de deficiências físicas e mentais. A entidade vive basicamente de doações. Quem quiser ajudar com dinheiro, fraldas, roupas, alimentos ou medicamentos deve ligar para (41) 3022-7999 ou ir pessoalmente à sede da associação, na Rua Mateus Leme, 142, no bairro São Francisco, em Curitiba. “Toda ajuda é bem-vinda”, diz o coordenador da entidade, Paulo Roberto Brito.

Voltar ao topo