Operação Integração

Acusada de lavagem de dinheiro, Fernanda Richa diz que a grana vem de “herança multimilionária”

Fernanda Richa foi denunciada pelo MP por lavagem de dinheiro na Operação Integração. Foto: Henry Milleo/Arquivo/Tribuna do Paraná
Fernanda Richa foi denunciada pelo MP por lavagem de dinheiro na Operação Integração. Foto: Henry Milleo/Arquivo/Tribuna do Paraná

Acusados de crime de lavagem de dinheiro na esteira da Operação Integração, a ex-primeira-dama Fernanda Richa e seu filho André Richa pediram na noite de quarta-feira (27) a nulidade da denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal (MPF), e acolhida em fevereiro pelo juiz federal Paulo Sérgio Ribeiro, da 23ª Vara Criminal de Curitiba. De acordo com a defesa, assinada pelo escritório Eduardo Sanz Advogados Associados, o dinheiro utilizado nas empresas da família Richa tem origem lícita, fruto de uma “herança multimilionária”.

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“O pai da Fernanda, Tomaz Edison de Andrade Vieira, foi o líder do Banco Bamerindus S/A desde meados da década de 1970, até seu trágico falecimento em um acidente aéreo no interior do Paraná, em 1981. O Banco Bamerindus era uma empresa familiar, fundada pelo avô da Fernanda, o conhecido banqueiro paranaense Avelino Antonio Vieira. Por ocasião do falecimento de seu pai, a Fernanda herdou significativo patrimônio, inclusive participações acionárias em empresas do Grupo Bamerindus, um dos principais grupos empresariais e financeiros do Paraná”, explica a defesa.

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Na denúncia, o MPF acusa Fernanda Richa de ocultar a origem de R$ 930 mil, quando da compra de um imóvel pela Ocaporã Administradora de Bens S/A. A empresa está formalmente no nome dela e de um dos filhos, André Richa, também denunciado. O ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) e o contador da empresa, Dirceu Pupo Ferreira, também estão na lista de acusados por crime de lavagem de dinheiro. Na visão do MPF, embora não esteja formalmente vinculado à empresa, Beto Richa era quem tinha “poder de mando” nas negociações imobiliárias. Todos negam ilicitudes.

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Os advogados de Fernanda Richa explicam que, para “evitar a dispersão patrimonial” da Fernanda, foram constituídas duas empresas, a BFMAR Administradora de Bens Ltda, criada em 31 de agosto de 1998, e a Ocaporã Administradora de Bens Ltda, aberta em 3 de dezembro de 2008. “As mencionadas empresas foram constituídas com o fim de gerir e administrar, por intermédio de profissionais competentes na área, a herança multimilionária”, reforça a defesa.

“Trata-se, portanto, de patrimônio lícito, de origem comprovada, declarado pela Fernanda para todas as autoridades competentes, na forma e tempo requeridos pela legislação brasileira em vigor”, afirmam os advogados.

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Para o MPF, o dinheiro utilizado na compra do imóvel, e pago “por fora”, vem de esquema de corrupção. Na Operação Integração, o MPF investiga pagamento de propina ao grupo político de Beto Richa, por parte de empresários ligados aos contratos de pedágios instalados nas rodovias do Anel de Integração.

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